Continua inalterada a situação do casal de mineiros, André de Rezende Jardim, de 42 anos, e a mulher, Júlia Cristina Magalhães Prates, de 36, que está retido no Chile. Por causa da pandemia de Covid-19, eles tiveram que interromper uma a viagem de carro até o Alasca, nos Estados Unidos.
André diz que ele e a mulher aguardam, ansiosos, como foi prometido, um contato da embaixada brasileira de Santiago. "Já relatamos, por telefone, como pedem, a nossa situação e pedimos ajuda, mas até agora nada foi feito.”
O medo maior de André é ter de deixar para trás o Chevrolet 1951, preparado especificamente para a viagem, com quarto e cozinha. As repatriações promovidas pelo governo brasileiros são por meio de avião.
“Tudo o que temos é o carro. Vendemos tudo para comprá-lo e prepará-lo, Agora, teríamos de abandoná-lo aqui? Não é justo. Não podemos”, disse, preocupado.
O problema maior, segundo André, seria abandonar o trailer no Chile. Como o veículo foi emplacado no Brasil, ele poderia ser apreendido no país andino. O aventureiro brasileiro sugere um salvo-conduto, documento que autorizaria sua viagem de retorno ao Brasil por rodovias. A rota mais curta seria por meio da Argentina: 1.700km.
Como o brasileiro não recebeu nenhum comunicado da embaixada brasileira, ele tomou uma decisão de procurar a Polícia Federal chilena.
“Essa é a nossa única alternativa. É o que nos resta. Ou nos deixam viajar com o carro, retornando para Belo Horizonte, com um salvo-conduto, ou renovam a nossa permissão para ficar com o carro aqui. Ela é de três meses e vence em maio. Se for feito isso, voltaremos de avião ao Brasil e depois retornaremos para seguir a viagem. Nossa outra opção é permanecer por aqui, com o carro e, depois que passar tudo isso, retornarmos ao Brasil.”
André soube por meio de amigos que a quarentena no Chile pode ser estendida até meados de junho, o que deixa ele e a mulher apavorados.
Itamaraty
No domingo, o Itamaraty se manifestou sobre o caso. “O transporte por terra desde o Chile até o Brasil está severamente prejudicado pelas limitações de locomoção interna que foram impostas pelos governos da Bolívia e da Argentina. São decisões de governos estrangeiros que extrapolam os limites de ação do Consulado em Santiago. Recomendamos aos brasileiros entrar em contato com o Grupo Especial de Crise para assuntos consulares e migratórios (G-CON), cujo número para casos na América do Sul é %2b55 61 98260-0767”, diz nota.