A produção de máscaras de pano usadas na prevenção à pandemia do novo coronavírus virou o trabalho de Eunice Costa, de 59 anos, artesã e cozinheira que teve a casa atingida pelas fortes chuvas de janeiro em Belo Horizonte e o emprego afetado pelo isolamento social contra a COVID-19. A ideia da produção foi da assistente social Raquel Aparecida, a sugestão veio em boa hora, Eunice teve a casa danificada pelas chuvas do início de 2020 em Belo Horizonte e estava sem renda por causa da pandemia. A assistente social encomendou sete máscaras de pano coloridas para ela e a família.
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Mortes por coronavírus chegam a 23 em Minas Gerais; outras 64 são investigadasSecretário de Saúde de Minas defende isolamento e diz que projeção do pico de infectados caiuFotógrafos do Estado de Minas relatam rotina nas ruas durante a pandemia do coronavírusComo fazer máscara de pano contra o coronavírus; veja vídeoTelhado de casa cai durante chuva na Grande BHNascida no interior da Bahia, Eunice aprendeu a costurar muito nova, e hoje, usa dos dons para aumentar a renda da família. “Tudo que eu vejo uma pessoa fazendo de bom eu quero aprender, então como eu perdi minha mãe muito cedo, eu tive que aprender a me virar. Quando perdi o emprego de cozinheira, há dois anos atrás, eu comecei a treinar mais o artesanato”. A máquina de costura tem mais de trinta anos, e com ela faz os artesanatos que expõe na feira da praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza. Além disso, a senhora também faz salgados que são vendidos junto com doces feitos pela filha, Rita.
As sete máscaras que costurou para Raquel foram as primeiras da vida de Eunice, depois de ver vídeos na internet ensinando a fazer e ler as recomendações para confecção do Ministério da Saúde, a artesã fez máscaras também para a família; o marido, faz hemodiálise, os filhos e as netas. Uma vizinha, vendo os produtos, pediu que Eunice vendesse mais pares, e assim, de vizinho em vizinho, a artesã foi fazendo uma clientela. "Metade eu doei para quem precisa pois, é dando que se recebe né", cita o dito popular com o sorriso escondido pela máscara azul clara que estava usando enquanto dava a entrevista.