Profissionais da saúde do Hospital João XXIII e representantes de outros hospitais públicos e privados de Belo Horizonte realizaram na manhã desta quarta-feira (15) uma manifestação em defesa da “Gratificação para Todos”. Organizado pela Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (ASTHEMG), o ato clama por maior reconhecimento, gratificação e condições de trabalho nesse período de pandemia do coronavírus.
No último dia 10 de abril, o governo de Minas publicou o DECRETO Nº 47.914/2020 determinando o valor do salário a ser pago aos profissionais médicos que serão contratados para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O decreto também determina que os médicos efetivos receberão a diferença do valor pago aos médicos contratados em forma d gratificação chamada Gratificação Temporária de Emergência em Saúde Pública. O valor varia de R$ 1.107,76 até R$ 6.002,21, mas não inclui, por exemplo, os enfermeiros.
O decreto causou a comoção da ASTHEMG que publicou a seguinte nota: “Essa atitude do Governo de Minas nos causa uma grande indignação, uma vez que todos os profissionais da saúde arcam com o risco e ônus do combate ao COVID-19, como por exemplo, a não liberação dos profissionais do grupo de risco, sobrecarga de serviço, falta de EPI’s e o cancelamento de férias e folgas. Mas, ao invés de valorizar todos os profissionais dos hospitais que estão na linha de frente estão valorizando apenas uma categoria.”
Diante disso, a decisão foi a de convocar a manifestação/paralisação de protesto nesta manhã. "A ASTHEMG exige do Governo de Minas que todos os trabalhadores dos hospitais sejam valorizados.”
Carlos Augusto Martins, diretor da ASTHEMG, declarou que a manifestação não é apenas devido à gratificação que eles consideram injusta, mas por diversos outros fatores. Para Carlos, o fator principal é o risco que os profissionais da saúde tem corrido dentro do Hospital João XXIII sem ter os equipamentos de proteção individual (EPI’S) necessários e sem a realização do teste preventivo nos funcionários do hospital.
“Em vários hospitais médicos, enfermeiros, auxiliares etc. estão sendo afastados por terem contraído o COVID-19 em seu ambiente de trabalho, todos nós estamos em risco. O correto seria realizar periodicamente os testes preventivos, pois se algum profissional está contaminado e assintomático ele pode passar para outros profissionais e até para pacientes.” afirmou Carlos Augusto, que ainda ressalta: “dentro do hospital, antes do paciente ter o diagnóstico do COVID-19 ele passa por diversos profissionais, e até mesmo após seu diagnóstico, vários profissionais são necessários para auxiliar em seu tratamento em alguns casos. Por isso a gratificação, reconhecimento e equipamentos de proteção devem vir para todos”.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira