As aulas devem ocupar cerca de cinco horas da grade matinal da emissora. De acordo com a secretária de Educação, serão quatro horas de aulas gravadas. Depois, haverá 60 minutos para que os professores possam sanar, em tempo real, dúvidas dos alunos. “Não adianta o aluno receber o material se não garantirmos a troca entre estudantes e professores”, explicou.
As aulas transmitidas pela Rede Minas serão a terceira etapa do cronograma de atividades remotas das escolas estaduais. Professores e gestores das unidades de ensino terão acesso aos planos de estudos no próximo dia 22, por meio do site da Secretaria de Educação. A ideia é disponibilizar os conteúdos aos alunos a partir do dia 4 de maio.
A projeção da pasta é atingir, por meio da Rede Minas, cerca de 1 milhão de alunos da rede pública. As escolas estaduais de Minas Gerais têm 1,7 milhões de estudantes.
De acordo com Júlia Sant’Anna, embora haja muitos alunos sem acesso aos meios digitais de comunicação, a ideia da secretaria é, com as diversas formas de repasse dos conteúdos, atingir o maior número de estudantes possíveis. O estado quer articular, junto aos municípios, formas de entregar os materiais aos estudantes que não têm internet em casa.
“Estamos bastante otimistas sobre as distintas estratégias de cobertura. Sabemos que nenhuma estratégia vai alcançar todos os alunos, mas nossa ideia é sobrepor as soluções”, explicou.
Adaptações
Os conteúdos serão adaptados para alunos da educação especial. As teleaulas terão tradução em libras, e os planos de ensino serão transformados em braile. Os estudantes das escolas indígenas também receberão os materiais em conformidade às especificidades da língua maxakali, falada por diversas tribos do estado.
A Secretaria de Educação trabalha para lançar uma aplicativo móvel, voltado aos professores e alunos da rede estadual, para aprimorar o sistema de estudo domiciliar.
A pasta já traça soluções para o retorno às aulas presenciais após o fim da pandemia. A ideia, segundo Júlia, é estabelecer formas de evitar a evasão escolar, reforçar os temas tratados durante as aulas remotas e, ainda, debater os efeitos sociais impostos pela COVID-19.
Obstáculo
Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), publicada nesta quarta-feira (15), suspendeu a deliberação, editada pelo comitê extraordinário contra a COVID-19, que determinava a volta ao trabalho dos funcionários da rede estadual de ensino. A decisão é fruto de um mandado de segurança impetrado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).
O Tribunal de Justiça também esclareceu sobre as aulas que, antes da liminar, seriam transmitidas por meio da Rede Minas, na TV aberta. Segundo o TJ, a decisão veda a convocação dos professores, portanto impede a transmissão até que o estado apresente um plano para garantir a saúde dos servidores da educação.