O governo de Minas anunciou nesta quinta-feira que suspenderá por tempo indeterminado o pagamento do terço de férias regulamentares aos servidores civis e militares, além do abono fardamento aos servidores civis, militares e contratos administrativos da segurança pública. A medida foi adotada em virtude da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus, que obriga o governo a direcionar recursos para o tratamento de pacientes.
A decisão foi comunicada pelo Secretário de Orçamentos de Finanças, Mateus Simões. De acordo com o Estado, a suspensão do terço de férias é justamente para garantir os salários dos servidores estaduais no próximo mês. A decisão foi definida depois de reunião no dia 8 feita no Comitê de Orçamentos e Finanças.
Em abril, o governo conseguiu cumprir os pagamentos apenas dos funcionários da saúde e da segurança no dia 8. O governador Romeu Zema (Novo) esteve em Brasília para se reunir com o presidente Jair Bolsonaro justamente para pedir ajuda na solução da crise econômica em Minas.
“Estamos fazendo isso pela falta de recursos. Esperando para que possamos fazer o pagamento de salários da saúde e da segurança e para que o combate ao coronavírus continue. Foi a escolha que fizemos. Não gostaria de estar aqui dizendo isso. Infelizmente, essa é a realidade. Qualquer pessoa que disser que tem uma solução mágica está mentindo. O estado de Minas não fabrica dinheiro”, lamenta o secretário de estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy.
Os cofres públicos de Minas até receberam R$ 781,2 milhões, oriundos do pagamento de uma dívida antiga que a empreiteira CR Almeida contraiu junto ao estado. Os valores estão ligados a operações bancárias feitas entre a empresa e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). A ação tramitou por 21 anos na Justiça Estadual do Paraná. A quantia foi utilizada para quitar a primeira parcela dos salários de abril do funcionalismo público.