Jornal Estado de Minas

Confecção de máscaras garante renda e afasta o desânimo

Entre todas as dificuldades durante o isolamento social, muitos aproveitam o tempo para ajudar os outros. Uma amizade de mais de 30 anos virou parceria para confeccionar máscaras caseiras. Mais que isso. Com a produção, a empresária Maria de Lourdes Carvalho, de 61 anos, evita que a amiga aposentada Nedia Faura, 87, saia de casa, a mantém ativa e garante uma renda extra para as duas. O trabalho também ajuda a conscientizar a população da necessidade do uso do equipamento de proteção ao coronavírus (COVID-19).



Decreto assinado pelo prefeito Alexandre Kalil, Belo Horizonte determinou a obrigatoriedade do uso de máscaras pela população nas ruas. No entanto, a confecção de Maria de Lourdes e dona Nedia começou alguns dias antes.

No Bairro Floresta, Região Leste da capital, a empresária ajuda a cuidar da amiga aposentada, que mora sozinha. A produção de máscaras, além de um passatempo para as duas, é o modo de manter mente e corpo mais tranquilos e ajudar ao próximo.

“Ela (Nedia) não gosta de ficar em casa, gosta de sair. Se arruma toda, mas agora não pode, fica andando para lá e pra cá. Há uns 15 dias, começamos a fazer as máscaras por um pedido de uma ONG. Depois, decidimos continuar”, conta Maria de Lourdes.



A empresária é quem fica encarregada de comprar o material. A produção segue padrões estabelecidos pela Anvisa e orientações do Ministério da Saúde, como as relativas à espessura de tecidos e camadas. Os preços vão de R$ 5 a unidade ou três por R$ 10 e chegam a custar R$ 2 caso o pedido venha em grande quantidade.

Renda extra

“Ela (Nedia) tem um aluguel, mas não está recebendo por conta da pandemia. A aposentadoria é um salário, mas vai tudo para plano de saúde - R$ 833 - e outras contas. Minha loja está fechada, meu marido também não está trabalhando, então uma coisa ajuda à outra”, explica Maria de Lourdes. “Assim deixamos a dona Nedia de castigo”, brinca.

A empresária diz que vem tendo dificuldades e precisou mudar o local onde compra os tecidos, pois as lojas estão tendo dificuldades em abrir por conta das restrições a estabelecimentos não essenciais. Ainda assim, as amigas já preparam uma produção de máscaras com estampas de heróis e heroínas, para ajudar na conscientização de crianças e adolescentes.