Neste período de pandemia do coronavírus, cuidar da população mais vulnerável é um desafio a mais para os órgãos públicos de saúde. Nesse contexto, a Rede de Direitos Humanos da UFMG elaborou um estudo com recomendações aos representantes de políticas públicas e à sociedade em geral para lidar no difícil período de prevenção à doença. A pesquisa divulgada pela universidade mostra preocupação com a atual situação e prevê adoção de medidas emergenciais para reduzir os efeitos sobre as pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza no país.
A pesquisa inclui aquelas que vivem em situação de risco nas comunidades e sem a possibilidade de isolamento social ou qualquer tipo de assistência de saúde.
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Um dos aspectos mais importantes defendidos pelos pesquisadores é o acesso às informações claras, oficiais e científicas. A Rede de Direitos Humanos também recomenda que o poder público tome as medidas necessários para que a população mais carente tenha acesso ao auxílio financeiro emergencial criado pelo governo federal recentemente, que deve beneficiar 70 milhões de brasileiros.
De acordo com a coordenador do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos da UFMG, Carolyne Barros, o propósito do estudo é defender medidas de igualdade social: “As recomendações, ao reinvindicarem uma atenção e apontarem grupos e situações que necessitam urgentemente de proteção, reafirmam que o único caminho é tentar abarcar todas as pessoas e construir condições para que se protejam em relação à pandemia e para que possuam possibilidades de proteção social, sobretudo trabalho e renda”.
Outra preocupação da Rede de Direitos Humanos é com relação à saúde mental dos brasileiros que vivem em período de quarentena para se proteger do coronavírus. Por isso, segundo a UFMG, o governo federal tem de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assistência Social (Suas) para dar assistência à toda população de baixa renda.