A Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, por meio de decreto, decidiu prorrogar até 30 de abril a suspensão das atividades do comércio e serviços não essenciais no município, dentro das medidas do isolamento social contra a transmissão do coronavírus (COVID-19). Foi alterada a validade decreto anterior, que previa o fechamento do comércio até a próxima terça-feira (21). Até agora, a cidade teve confirmados cinco casos e uma morte por conta do coronavírus. Foram 1.169 pacientes suspeitos e 295 casos estão sob investigação.
Além disso, Souto cobra dos governos Federal e Estadual a criação de um hospital de campanha “regional” em Montes Claros, para o recebimento de pacientes de vários municípios, considerando que a cidade é o segundo entroncamento rodoviário nacional.
Na entrevista ao EM, Humberto Souto, condenou a “politização” das medidas de isolamento social, lembrando que o foco das medidas é a prevenção contra a Covid-19, que é uma doença grave. “Não se pode politizar as medidas de isolamento social. As ações são tomadas seguindo uma politica mundial de proteção à vida”, afirmou.
Em entrevista ao Estado de Minas neste sábado (18), o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), antecipou uma série de medidas que pretende adotar nos próximos dias para o reforço contra a COVID-19. Ele disse que vai implantar um hospital de campanha com cerca de 70 leitos, criar uma ala em um hospital municipal com mais 40 leitos e implantar também barreiras sanitárias nas entradas da cidade.
ABAIXO-ASSINADO
Neste sábado, um grupo de comerciantes começou a recolher assinaturas em um abaixo-assinado no centro da cidade, pedindo a reabertura do comércio local. Os líderes do movimento alegam que, se as atividades continuarem paralisadas, muitos comerciantes vão quebrar e a cidade terá desemprego em massa. Com esses argumentos, anunciaram que vão entrar com um mandado de segurança na Justiça, solicitando a flexibilização das medidas restritivas do isolamento social.
Neste sábado, um grupo de comerciantes começou a recolher assinaturas em um abaixo-assinado no centro da cidade, pedindo a reabertura do comércio local. Os líderes do movimento alegam que, se as atividades continuarem paralisadas, muitos comerciantes vão quebrar e a cidade terá desemprego em massa. Com esses argumentos, anunciaram que vão entrar com um mandado de segurança na Justiça, solicitando a flexibilização das medidas restritivas do isolamento social.
Em resposta, Humberto Souto alegou que o fechamento dos estabelecimentos comerciais para impedir a transmissão do coronavirus não está sendo feito somente pela vontade ele. “O que está em jogo é um processo que está sendo feito no mundo todo, que é o isolamento social. Não é Montes Claros, isoladamente, que está fazendo isso, é Nova York, Londres, São Paulo, Rio (de Janeiro), Belo Horizonte... e assim por diante. É um processo mundial, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, comentou. “Não é apenas o prefeito de Montes Claros, pelo seu bel prazer, que está fazendo isso.. Nós somos apenas um pontinho no mapa”, completou o chefe do Executivo.
Sobre o recurso judicial, ele disse: “é bom que se faça um mandado de segurança. Vamos ver o que vai decidir o juiz. É assim que funciona a democracia”.
POLITIZAÇÃO
Na entrevista ao EM, Humberto Souto, condenou a “politização” das medidas de isolamento social, lembrando que o foco das medidas é a prevenção contra a Covid-19, que é uma doença grave. “Não se pode politizar as medidas de isolamento social. As ações são tomadas seguindo uma politica mundial de proteção à vida”, afirmou.
Ele também criticou o posicionamento das pessoas que “estão vendo somente o lado do comércio e da economia” e, por meio das redes sociais, tentam influenciar outras contra o isolamento social. Lembrou que muitos indivíduos se deixam levar por outras no “efeito manada”. “As pessoas precisam ser conscientes para não levarem à sociedade a uma posição irracional. Temos que evitar o efeito manada, em que as pessoas agem sem pensar e vão na onda . E, como uma boiada estourada, que passa por cima de tudo”, alertou.
O prefeito afirmou que ainda não pode permitir a abertura do comércio não essencial, como cobram os empresários, porque o município ainda não atende aos quatro requisitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para a flexibilização do isolamento social. O primeiro deles é ter a ocupação de leitos hospilares limitada a 50%. Segundo o prefeito, a lotação dos hospitais da cidade, ultrapassa a 80%, situação que já ocorria antes da pandemia porque o município recebe pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o Norte de Minas.
Os outros critérios para exigidos para o relaxamento das restrições são: boa quantidade de respiradores, realização de um grande número de testes de diagnóstico do coronavirus e aquisição de uma quantidade suficiente de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para todos os profissionais dos serviços de saúde da cidade.
HOSPITAL REGIONAL
Humberto Souto anunciou que a Prefeitura de Montes Claros vai implantar um hospital de campanha com 70 leitos na Unidade Pronto de Atendimento (UPA) que está em fase de acabamento no Bairro Chiquinho Guimarães, região sul da cidade. O Objetivo do hospital de campanha é receber pacientes de baixa complexidade, com diferentes enfermidades - ou vitimas de acidentes, a fim de “liberar” os leitos dos outros hospitais do município mais estruturados, para o atendimento aos pacientes da COVID-19, sobretudo, os casos graves.
Com o mesmo propósito e também em caráter emergencial, ele anunciou que a prefeitura abrir uma nova ala no Hospital Municipal Alpheu de Quadros, onde serão oferecidos mais 40 leitos. A nova ala será instalada no terceiro pavimento do prédio do Hospital Alpheu de Quadros, onde há espaço ocioso.
Por outro lado, Souto cobra da União e do governo Estadual a implantação de um hospital de campanha regional em Montes Claros. “Tem que ser levada em conta a posição geográfica de nossa cidade, que atende pacientes de mais de 100 municípios. Além disso, Montes Claros é o segundo maior entroncamento rodoviário nacional. O Governo do estado e o Governo Federal precisam avaliar essa situação e implantar aqui um grande hospital de campanha”, sugere o chefe do executivo municipal.
Ele informou que, nos próximos dias, a prefeitura vai implantar barreiras sanitárias nas entradas principais da cidade, com o cadastramento e medição da temperatura de todos os indivíduos que chegarem ao município. Todos os visitantes - mesmo assintomáticos – serão orientados a permanecer sete em dias em casa, com agentes de saúde indo as residências, para conferir o cumprimento da quarentena. “O indivíduo precisa entender que o objetivo é proteção dele próprio e proteger os outros também”, assegura Humberto Souto, de 85 anos, que, por ser integrante do grupo de risco, está em quarentena há mais de 20 dias, sem sair de casa.