Na cidade desolada, a música de um violino rompe o quase silêncio e reverbera pelo Centro de Belo Horizonte. As mãos do músico autodidata Tiago Oliveira, suavemente, criam acordes musicais aleatórios, que vibram e emitem o som da paz no instrumento musical.
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Antes de ir tocar na Praça Sete, ele fez um recital emocionante para equipe de saúde e pacientes na capela do Hospital João XXIII. "O grupo de humanização do local, conhecido como abelhinhas, me acolheu e, desde então, retribuo, voluntariamente, ao levar alento nesses dias tão difíceis que eles enfrentam na árdua tarefa de embate com o coronavírus".
Há 16 anos, Tiago Oliveira começou a tocar violino com um professor particular. Depois disso, aprendeu, por conta própria, outros instrumentos como violoncelo e a flauta transversa.
"Sou autodidata, um professor apaixonado pela música e tento viver dela", observa Tiago. O músico se sustenta das aulas que oferece aos alunos. Tocar nas ruas, instituições sociais ou públicas é por solidariedade.
No último mês, ele viu a cidade se esvaziar por conta do isolamento social. Mesmo assim, não deixou de oferecer, gratuitamente, momentos de prazer ao tocar seu violino em uma cidade sem plateia. Pois, como ele mesmo diz: "Mesmo à distância, as ondas sonoras vão chegar dentro das casas e acalmar aqueles que precisam tanto de um alento". "Fiz a minha parte", finaliza.