Em meio ao desafio que é enfrentar a pandemia do novo coronavírus, diversas instituições e seus representantes transformam os dias tristes em felicidade para algumas pessoas. Em um ato solidariedade, muitas vezes se colocando em risco, membros de ONGs em toda Minas Gerais recolhem e distribuem doações para quem mais precisa. A doação de roupas, por exemplo, tem levado para idosos, pessoas em situação de rua e comunidades, uma ajuda essencial para superar a crise.
A estudante de enfermagem, Kênia Avany da Silva, de 50 anos, é responsável pelo grupo Iluminata. Ao longo de 20 anos, a organização leva roupas e comidas para moradores em situação de rua no Bairro Padre Eustáquio, em BH. Depois da COVID-19 e as medidas de isolamento social, a instituição precisou se reinventar. Mantendo as doações e os trabalhos solidários, agora as ações que levam conforto aos moradores de rua são feitas em menores grupos. “Saímos em grupo de seis pessoas por uma questão de segurança. Não acumular e fazer aglomeração”, diz. “A Iluminata surgiu em uma noite de Natal. Eu já fazia esse trabalho durante a comemoração de fim de ano. Foi aí que me questionei, sabe? Por que não fazer isso sempre?”, explica.
Kênia conta que, depois que a pandemia tomou as ruas do mundo, ela sente que as pessoas se tornaram mais solidárias. “Eu consigo ver isso, sinto de verdade que as pessoas têm mais empatia. A gente sempre reclama sobre o tempo. Como sempre está faltando, como deixamos de fazer porque a rotina não deixa. Agora, as pessoas estão valorizando isso”, conta.
A organizadora diz que as roupas levam o conforto para quem mais precisa. “A doação de roupas é essencial. Ainda mais agora, com o frio chegando. Essas pessoas já estão desamparadas, o mínimo é terem algum tipo de conforto.”
O grupo Iluminata está recolhendo doações de roupas por toda Belo Horizonte. Para ajudar, basta entrar em contato pela página no Instagram (@grupoiluminata) e página da instituição no Facebook.
Amigos de Minas
A ONG Amigos de Minas é responsável por diversas ações de solidariedade no Norte de Minas. Acostumados a atender quem mais precisa nas cidades de São João das Missões, Bonito de Minas e Juvenidas, os voluntários foram impedidos de levar as doações para a região. Isso porque, em sistema de isolamento social, seria imprudente viajar. A estudante e membro da equipe Nathália Farnetti, de 20 anos, conta que “viajar é arriscado para os voluntários e para as pessoas das cidades” mas que, apesar disso, a ONG não deixou de receber doações.
Em uma chamada “ação de emergência”, os voluntários estão recolhendo doações de roupas para comunidades de Belo Horizonte. Locais como os bairros Nelson Mandela, Eliana Silva, Paulo Freire, Horta, Helene e Vila Copacabana já receberam as doações da instituição. “Se algum integrante da ONG descobre algum lugar ou a gente recebe algum pedido, vamos lá e conversamos. Estamos acostumados a ajudar pessoas que têm muito pouco e que não recebem nenhum tipo de auxílio do governo. São famílias com baixíssimo recurso. Então nada mais justo, que apoiar essas pessoas também durante essa crise”, conta.
Além das roupas, a ONG também está juntando cestas básicas. Para doar, basta entrar no site da instituição (https://amigosdeminas.org.br/) ou em contato com a página do Instagram (@ongamigosdeminas).
Rede Solidária
A Rede Solidária é outro exemplo de organização que não deixou de ajudar mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Antes responsáveis pelo Banho Solidário, projeto que preza a reinserção social de viciados em crack, a instituição funciona como ponto de organização e encontro de diversas outras ONGs. As doações de roupas, por exemplo, estão sendo direcionadas junto de cestas básicas para diversas comunidades de Belo Horizonte. O ponto principal da rede solidária é a Pedreira Prado Lopes, onde está localizada a maior cracolândia de Minas Gerais.
O jornalista Wendel Tomé, de 27 anos, é voluntário da ONG. Ele conta que como a maioria das doações são para dependentes químicos, as roupas são destinadas geralmente para os homens. Apesar disso, ele reafirma que a instituição recebe todo tipo doação, que é encaminhada também para diversas comunidades, asilos e creches.
O voluntário ainda conta que a rede tinha 30 voluntários ativos mas que, depois da pandemia, começou a receber diversas pessoas, chegando a um total de mais de 80. “Não incentivamos as pessoas a virem ajudar, elas aparecem por vontade própria. Eu acredito, de verdade, que ,com tudo isso que estamos passando, as pessoas estão mais ativas e solidárias”.
Wendel ainda afirma que a entrega de doações é feita com a maior cautela e segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os voluntários são equipados com luvas, máscaras, óculos e macacões para evitar a propagação do coronavírus. Para fazer doações para Rede Solidária, basta entrar em contato pela página do Instagram (@redesolidariabh).
Colaboração do leitor
O Estado de Minas pediu a ajuda dos leitores para a construção dessa reportagem e pediu por meio de um story da nossa conta oficial no Instagram, que indicassem instituições que estão recebendo doações de roupas durante a pandemia de COVID-19. A campanha Quero Ajudar, Uai! vai se repetir toda semana, sempre pelo Instagram do Estado de Minas.Dessa forma, leitores de todo o estado podem contribuir com sugestões e doações, ajudando a tornar melhor a vida de quem mais precisa.
Veja lista:
- Santa Casa - Belo Horizonte
- Centro Espírita Casimiro Cunha - Belo Horizonte
- Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus - Belo Horizonte
- ONG Engenheiros Sem Fronteiras - Belo Horizonte
- Creche Cantinho Encantador - Belo Horizonte
- Casa de Apoio ao Portador do Câncer - Belo Horizonte
- Exército para Salvação - Belo Horizonte
- Lar Teresa de Jesus - Belo Horizonte
- Caso de Apoio Áurea - Belo Horizonte
- Fundação de Amparo à Doença e à Pobreza (FUNDAP)- Belo Horizonte
- Cruz Vermelha Brasileira - Belo Horizonte
- Arquidiocese de Belo Horizonte - Belo Horizonte
- Instituição Espírita Lar de Marcos - Contagem
- Casa de Apoio à Criança Carente - Contagem
- Asilo Frederico Ozanan - Diamantina
- Asilo São José - Bom Despacho
- Asilo São Vicente de Paula - Curvelo
- Seguidores do Bem - Juiz de Fora
- Hospital do Câncer - Uberlândia
* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa