O Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, alertou que a adesão ao isolamento social no estado diminuiu ao longo dos últimos dez dias, e reforçou que a medida continua sendo a principal recomendação da pasta.
Segundo Amaral, o movimento foi apontado por um software utilizado pela secretaria para monitorar a quarentena, e é consequência da flexibilização dessa política em diversas cidades mineiras. “O software acompanha 3 milhões de pessoas, o que nos dá uma ideia do isolamento social desde que ele foi orientado, há um mês. Notamos que houve aumento da mobilidade nos últimos dez dias, tanto na capital quanto nas cidades do interior. Houve uma diminuição do isolamento. Para nós, o isolamento é importante”, disse em coletiva virtual realizada nesta sexta-feira (24).
Retomada da economia
Na ocasião, o secretário mencionou também o programa Minas Consciente, anunciado nessa quinta-feira (23) pelo governador Romeu Zema (Novo), cuja proposta é orientar o retorno gradual das atividades comerciais nos municípios. Questionado sobre o risco de o protocolo estimular a quebra descontrolada do isolamento social, Amaral reiterou que o crescimento da mobilidade já existe e não pode ser conectado à política de retomada econômica do governo.
"O que nós estamos vendo é que as pessoas já estão indo para a rua. Isso já é fato. Essa mudança é natural, independe do que nós estamos orientando. Neste momento, a Secretaria de Saúde e o governo não mudaram suas orientações. Só estão liberadas as atividades essenciais. É o que está valendo até agora. Nós entendemos que, semana que vem, pode haver a abertura da primeira onda. Mas nós não começamos ainda. Nós estamos informando, neste momento, o projeto que nós temos e como ele será desenvolvido. É importante que o cidadão entenda isso: é para manter o isolamento.", destacou.
O programa Minas Consciente divide as atividades e serviços do estado em quatro ondas: essenciais (onda 0), baixo (onda 1), médio (onda 2) e alto risco (onda 3), considerando as variáveis econômicas e o impacto de cada uma no sistema de saúde. A ideia é que o retorno dos segmentos seja gradual. De acordo com Zema, as orientações gerais para adesão ao projeto, que é opcional, serão disponibilizadas às prefeituras na semana que vem.
O chefe do executivo estadual, no entanto, ponderou que o programa pode ser acelerado, mantido como está ou até recuado, dependendo do avanço da COVID-19 em Minas – onde o novo coronavírus matou 54 pessoas e infectou 1.419, segundo informe epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgado nesta sexta-feira (24)