“Quando chegamos à comunidade, a primeira coisa que fizemos foi pisar descalço em nosso chão. Pois eu e minha irmã sentimos muito a falta da conexão física com minha fortaleza. Ao pisar aqui novamente, me senti renascendo. Sinto que foi mais uma etapa cumprida. Ainda existe um caminho difícil em toda a quarentena sem contato com minha comunidade, mas sei que é necessário para nossa proteção, sinto saudade de abraçar meu povo, mas poder ouvir suas vozes já é revigorante.”
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Comunidade indígena Naô Xohã relata situação de abandono durante pandemiaMinas recebe mais 85 deportados pelos Estados Unidos; número total no país chega a 785Quarentena faz crescer a procura por cursos de formação a distânciaPrimeiro caso de coronavírus é confirmado em Martinho CamposMas foram surpreendidos com a crise do coronavírus e temeram ter de ficar por lá, por falta de apoio, o que só se resolveu na ultima sexta-feira (17), quando o consulado brasileiro local garantiu as passagens de ônibus ate Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
A viagem de Porto Alegre para Belo Horizonte, e depois para o Quilombo do Suaçuí, no limite das cidades de Coluna e Paulistas, foi arcada pelos irmãos quilombolas.
“Foi uma viagem longa, que começou no domingo à noite. Durou ate as 21h de quinta-feira", relatou Isac.
Agora, ele tem outra preocupação. “É encontrar formas, on-line, para ter uma ocupação. Vamos fazer a quarentena no Centro Comunitário do Quilombo, para onde viemos assim que chegamos. E já havia um jantar pronto pra gente. Quero buscar parceiros pra ajudar nossa comunidade nesse momento difícil”.