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Estado de Minas

Cobertura do coronavírus: equipe conectada, em casa ou na rua

Profissionais dos setores administrativo, de transporte e tecnologia contam como a engrenagem funciona para dar o suporte à cobertura do EM e do Portal UAI


postado em 27/04/2020 06:00 / atualizado em 27/04/2020 07:55

"Diante do cenário que precisamos lidar neste momento, o mais importante e o que sinto é que é realmente saboroso levar para nossos assinantes e leitores informação de qualidade e segura"

Marcelo Augusto de Oliveira assistente de diretoria de Redação



O negócio da comunicação tem particularidades de gestão, estrutura e logística próprias. O valor, a especificidade e a importância da informação exigem uma cadeia de profissionais aptos a entregar para a sociedade, todos os dias, um novo, preciso e instigante produto, que não tolera erros. A equipe do Estado de Minas e Portal UAI tem o compromisso diário de levar aos assinantes e leitores a notícia sempre precisa. Com essa missão, a empresa conta com áreas de suporte fundamentais para que, da apuração até a redação final da notícia, tudo funcione e chegue ao leitor com qualidade, veracidade e rapidez. 

Entre muitos profissionais que fazem a máquina não perder o compasso está o assistente de diretoria de Redação Marcelo Augusto de Oliveira, com 34 anos de empresa. Com várias atribuições, ele é o elo entre todos os envolvidos na produção da notícia e a chefia: “Sou responsável por viagens, apoio operacional, contato com os colaboradores, demandas entre a redação e a diretoria, entre outros”.

Em home office, Marcelo conta que o trabalho tem sido um desafio porque a maioria dos seus afazeres é presencial. Ele vai ao jornal uma vez por semana para levar insumos aos profissionais que continuam trabalhando na redação, como máscaras e álcool gel, e a cada 15 dias para lançar notas dos colaboradores. “Moro com minha mãe, de 80 anos, o marido dela de 72 e uma tia de 97. Tenho de ter cuidado redobrado. Saio só o essencial e, indo ao supermercado a cada 15 dias, vejo que as pessoas não se cuidam, transitam por aí e não percebem a escalada do vírus.”

Marcelo conta que outra situação tem sido se adaptar com o sistema da empresa em casa: “O mais complicado é lidar com o WhatsApp, viramos escravos do telefone. No entanto, diante do cenário atual, o mais importante e o que sinto é que é realmente saboroso levar para nossos assinantes e leitores informação de qualidade e segura”.

Tecnologia

"O desafio do meu setor é operacionalizar sem estar no local da máquina e ter de lidar com a ansiedade dos profissionais, cada um na sua casa, e muitos sem dominar a linguagem da tecnologia"

Expedito Rosa Lucas Filho analista de suporte pleno


Com nada menos do que 41 anos de Diários Associados, Expedito Rosa Lucas Filho, analista de suporte pleno, diz que o trabalho remoto não tem sido tão fácil porque teve de ser implantado subitamente. Por isso, é natural que precise de acertos. Ele é o “salvador” de todos os profissionais que têm algum problema com a rede e acesso ao servidor da empresa e o procuram enlouquecidos.

As demandas são várias: “O desafio do meu setor é operacionalizar sem estar no local da máquina e ter de lidar com a ansiedade dos demais profissionais, cada um na sua casa, e muitos sem dominar a linguagem da tecnologia. Assim, não conseguem identificar e passar o real problema. Entendo que todos estão mais tensos e ansiosos. Mas, com o passar dos dias, tem melhorado, a compreensão ocorre aos poucos e, no fim, tudo se resolve”. Ele, que divide com a filha Natália, designer de interior, o espaço da casa que virou escritório, revela que ela e a mulher, Ângela, têm alfinetado: “O telefone vai tocar, brincam”.

"Tenho costume de trabalhar em casa, portanto o home office não é um problema. O desafio, no começo, foi lidar com a equipe um pouco perdida. Nada que com reuniões de vídeo não conseguíssemos resolver"

Lécio de sousa neto gestor do data center



Na era digital, o data center é considerado por muitos o coração das organizações, já que é onde estão concentrados os sistemas computacionais, de telecomunicações e armazenamento de dados. Há 15 anos no jornal, Lécio de Sousa Neto, gestor do data center, é o responsável em cuidar dos equipamentos que mantêm a empresa funcionando. Ele e sua equipe têm de evitar interrupções no trabalho. “Tenho costume de trabalhar em casa. O desafio, no começo, foi lidar com a equipe um pouco perdida. Nada que com reuniões de vídeo não conseguíssemos resolver. Temos usado ferramentas para tudo fluir melhor. A internet é toda por nossa conta, rede, link, servidores e o atendimento externo dos clientes com o acesso de todos os produtos on-line da empresa.”

Lécio explica que, para tudo funcionar, semanalmente a equipe ajusta o compasso via hangouts: “Assim, acertamos os fios soltos e o trabalho até tem rendido mais. A equipe está sintonizada. Sou quieto, gosto de trabalhar. Não tem sido fácil para minha filha, Ana Laura, de 5 anos, apesar da aula remota e de uma certa rotina, a saudade da vovó presencialmente. Minha mulher, Maria Inês, psicóloga, faz atendimento remoto, mas há quem não goste do vídeo e ela precisa sair. Mas, dentro do possível, tudo corre tranquilo”.

"No início, a comunicação foi mais difícil porque não tinha um planejamento de quem seria acionado nas demandas. No entanto, já acertamos, entro em contato com o responsável da redação e dou suporte maior no caso das tendências do Google"

Igor Daniel Rodrigues Luiz gestor de dados e analista de SEO



Com nove meses de casa, Igor Daniel Rodrigues Luiz, gestor de dados e analista de SEO, está supertranquilo com o home office. “Sou familiarizado, não tenho dificuldade e, seguramente, o trabalho rende mais porque fico focado na coleta de informação. No início, a comunicação foi mais difícil porque não tinha um planejamento de quem seria acionado nas demandas. No entanto, já acertamos, entro em contato com o responsável da redação e dou suporte maior no caso das tendências do Google”, diz.

Igor conta que a dificuldade era monitorar o que os leitores procuravam sobre a doença. Houve um comportamento atípico. Ao longo do período de quarentena, eles têm mudado a forma de ver a pandemia e tentam voltar relativamente ao normal. “Já percebo que as pessoas estão fugindo das notícias negativas, o que direciona a nossa cobertura também.” Quanto ao isolamento social, Igor tira de letra: “Como sou tímido, falo que vivi a vida inteira para enfrentar esta pandemia. Não saio muito e fico bem sozinho. Tenho a companhia do meu cachorro, Chewie. Estou confortavelmente em casa e não saio nem para compras, só uso aplicativo”.

Motoristas

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

"Estive nas tragédias de Mariana e Brumadinho, imensurável, incalculável, mas lidar com um vírus invisível e ainda sem solução para eliminá-lo não tenho palavras"

Dalton Maia, motorista

Em uma empresa de comunicação, o trabalho em equipe é essencial. Não há uma função mais importante que a outra porque todas estão conectadas. Os motoristas são parte dessa engrenagem. “Receio todos nós temos, mas na minha função não existe home office. Por outro lado, sinto que faço parte de um grupo grande de pessoas que colaboram de alguma forma. Vejo muitas pessoas ajudando, sendo solidárias, o ser humano está mais próximo uns dos outros”, destaca Dalton Maia, com 10 anos de casa.

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

"É muito difícil, mas estou atento para trabalhar com toda a proteção necessária. Lavo as mãos sempre que possível, uso máscara, álcool gel, estou sempre higienizando o carro, ando com janelas abertas e fico dentro do carro"

Javier Bautista, motorista



Ele cita gente doando cestas básicas, máscaras e mesmo orientando os outros. “Presencio tudo isso. Assim como a tristeza na apuração da reportagem da morte de uma enfermeira vitimada pela COVID-19, que recebeu uma homenagem dos colegas. Na rotina do trabalho, estamos no meio disso tudo. Estive nas tragédias de Mariana e Brumadinho, imensurável, incalculável, mas lidar com um vírus invisível e ainda sem solução para eliminá-lo não tenho palavras.” Dalton mudou a maneira de lidar com o trabalho: “Higienização é fundamental. Uso máscaras, lavo as mãos e uso o álcool gel. Sou rigoroso”.

Javier Bautista é uruguaio e está há quatro anos no Brasil, dois anos e meio no jornal. Para ele, estamos enfrentando uma guerra mundial, com um inimigo comum, e que só terminará com a descoberta de uma vacina. “É muito difícil, mas estou atento para trabalhar com toda a proteção necessária.” Para Javier, longe do seu país, a situação é mais complexa: “Mas, na verdade, sou agradecido por ser estrangeiro e pela empresa ter me dado uma oportunidade”.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

"Sinto que tenho de fazer o melhor porque faço parte da missão de levar informação segura para a população. Mas, pelas ruas, é assustador o que vejo"

Júlio César Rodrigues de Carvalho, motorista



Júlio César Rodrigues de Carvalho, motorista do jornal há oito anos, é categórico ao enfatizar que o medo está presente a todo momento. Se alguém espirra por perto, já fica preocupado. “Mas, como tenho de trabalhar, adoto todas as precauções e sigo. Sinto que tenho de fazer o melhor porque faço parte da missão de levar informação segura para a população.”



O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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