Jornal Estado de Minas

COVID-19

Sem leitos de UTI, parte do comércio volta a funcionar em Bom Despacho

A segunda-feira (27) começou movimentada na região central de Bom Despacho, Centro-Oeste do Estado. Mesmo integrando a microrregião de saúde sem nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o prefeito Bertolino da Costa Neto (Avante) permitiu a retomada de parte das atividades econômicas. Ele nega ter cedido à pressão de comerciantes e diz ter liberado a retomada das atividades com "base em índices". 



O decreto estabelece uma série de normas, como uso obrigatório de máscaras por profissionais e clientes, limite de consumidores para evitar aglomeração, disponibilização de álcool em gel e desinfecção dos estabelecimentos. Restaurantes e lanchonetes estão autorizados a funcionar na modalidade delivery ou com retirada no balcão. O consumo interno de produtos alimentícios continua proibido. Salões de beleza e barbearia devem optar pelo agendamento e atendimento individual.
 
Além disso, consultórios médicos, odontológicos e escritórios em geral podem abrir com uso de máscara, limite de pessoas e outras medidas de segurança para evitar proliferação do vírus. Indústrias têm de seguir as regras gerais e ainda outras específicas, como disponibilização de locais para higienização das mãos.

No trabalho em galpões ou canteiro de obras, deverá ser observada a densidade máxima de seis pessoas por 100 m². Os transportes de trabalhadores, a exemplo de ônibus e vans, poderão funcionar com a capacidade máxima de pessoas sentadas.



As aulas continuam suspensas por período indeterminado. O funcionamento de academias ainda não é permitido, assim como de casas de show, festas e evento, bares, feiras populares, salões comunitários.


Sem leitos

Bom Despacho está entre as 29 divisões administrativas da rede assistencial de Minas Gerais que não dispõem de leitos de UTI adulto para o tratamento do novo coronavírus. O levantamento foi realizado pelo projeto coronavirus-MG.com.br. A microrregião abrange outros seis municípios do Centro-Oeste: Dores do Indaiá, Estrela do Indaiá, Luz, Martinho Campos, Moema e Serra da Saudade.

Mesmo sem leitos, também está autorizada a realização de cirurgias eletivas em hospitais públicos e privados do município. A situação não preocupa o prefeito. Medidas adotadas com recursos próprios estão possibilitando, segundo ele, a implantação provisória de leitos. “Temos condições de 15 leitos para eventualidade de um pico da pandemia”, afirmou. Ele diz que camas e respiradores foram comprados e serão instalados em uma ala que abrigará futuramente a maternidade na Santa Casa local.



Para a abertura do comércio foi observado o índice de evolução dos casos confirmados na cidade. Até o momento, há apenas um, mesmo assim, é considerado sem “efeito epidemiológico”, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Há 121 notificações investigadas. Delas, 111 pacientes já cumpriram o isolamento e 10 continuam confinados.

Mesmo considerando a situação sob controle, Bertolino antecipa que, se houver aumento dos números de casos, ele poderá voltar atrás na decisão. “Estamos mantendo o monitoramento contínuo diários para que, caso haja um aumento dos casos suspeitos ou contaminados, eventualmente, a gente possa retroagir nas medidas de abertura”, alegou.

A prefeitura disponibilizou o canal da ouvidoria para a denúncia de descumprimento das normas de enfrentamento à doença. O cidadãos podem ligar para 0800 285 3737 ou enviar e-mail para ouvidoria@bomdespacho.mg.gov.br