Brasileiros que ainda estão no exterior e não conseguiram vagas em voos de repatriamento para voltar para casa entraram em rota de desespero. No domingo, saiu do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o segundo voo de repatriação daquele país, que chegou a São Paulo na madrugada desta segunda-feira (27). No entanto, muita gente ficou para trás, como a restauradora mineira Samya Gabriela Gonçalves, de 33 anos. Ela conta que, desde sábado (25), está 'morando' do lado de fora do terminal aéreo.
“Somos 30 pessoas. Fomos todos convocados pela embaixada brasileira, para o voo de domingo. Mas, estranhamente, nós sobramos. Pior, o pessoal do consulado brasileiro veio até a gente e pediu para formarmos uma fila. Fizemos isso, mas eles desapareceram. Foi como se saíssem pela porta dos fundos”, relata ela.
A situação piorou ainda mais, segundo Samya, com o fato de a administração do aeroporto não ter permitido que os brasileiros passassem a noite no interior do prédio. “Estamos dormindo do lado de fora, no frio. Não nos deixaram ficar na parte interna. Não vamos sair daqui enquanto não tivermos ajuda. Queremos voltar para o Brasil”, cobra a restauradora, que estava trabalhando há seis meses em Portugal.
Alguns dos passageiros, em mensagens nos grupos de WhatsApp que formaram, levantam a suspeita de que houve favorecimento para pessoas que não estavam na lista de repatriação, mas que foram colocados no voo por serem, supostamente, conhecidas de funcionários da embaixada. Outros afirmam que foram dadas preferências para os idosos em detrimento dos mais novos.
Consulado nega benefícios