Jornal Estado de Minas

COVID-19

ONGs sofrem com falta de doações durante a pandemia. Veja como ajudar

 


Além da pandemia do novo coronavírus, as Organizações Não Governamentais (ONG) que auxiliam famílias de pessoas com câncer, crianças com paralisia cerebral, entre outras doenças graves, estão sofrendo com outro problema: a queda no volume de doações. Com a falta de produtos e recursos financeiros, o tratamento de alguns pacientes pode ficar prejudicado. Em Belo Horizonte (BH), algumas ONGs já estão sentindo as consequências da falta de doações

O Centro de Apoio e Combate ao Câncer Itapoã, que tem a sua sede na capital mineira, é uma das organizações que estão sofrendo com a queda de recursos. Segundo a assistente social do Centro, Sirley Aparecida Teodoro, as doações diminuíram consideravelmente desde o início da pandemia em Minas Gerais. “Os assistidos não ficam aqui (no Centro), nós repassamos as doações para eles. Agora, praticamente não temos o que repassar”, comenta.


“Não temos estoques de fraldas nem cestas básicas. A gente consegue comprar os produtos on-line para repassar para as pessoas, mas não temos recursos para isso”, diz Sirley. A assistente explica que o número de doadores mensais também diminuiu. “Pessoas que doavam todos os meses estão cancelando”, completa.

O Centro assiste 25 pessoas na capital mineira. Segundo ela, as doações podem ser feitas por meio de conta bancária ou uma pessoa da equipe pode ir à casa do doador buscar os produtos. Entretanto, ela vê a dificuldade das doações presenciais em razão do isolamento social.

 

"Famílias contam conosco todos os meses para ajudar com o alimento, com cesta básica, fralda, leite integral e alguns materiais de higiene e uso hospitalar como sonda. Neste mês, devido à ordem de afastamento social, estivemos fechados por vários dias e não conseguimos os materiais para fornecê-los. Toda ajuda será bem-vinda", comenta Sirley.  

 

Carla Araújo, gerente executiva do Lar Teresa de Jesus, reforça a gravidade da situação. “A partir do decreto municipal (do prefeito Alexandre Kalil, que determinou a quarentena), há uma dificuldade de sair de casa. Além disso, as pessoas não estão confortáveis para receber outras em suas casas para buscar doações”, explica. A entidade ajuda pacientes no tratamento de câncer ou outras doenças crônicas. 




“Todas as doações são bem-vindas, mas como está havendo uma escassez das presenciais, nós pedimos que as doações sejam monetárias”, afirma a gerente executiva. Carla explica que a maior fonte de renda do Lar vinha das vendas nos bazares. Entretanto, com o decreto municipal que restringe o comércio a atividades essenciais, a equipe está impossibilitada de fazer as vendas. "O tratamento dos pacientes não pode ser interrompido", observa.

Além disso, muitos moradores da capital foram para o interior a fim de evitar a contaminação por COVID-19, afirma o administrador da Casa de Apoio Bem Viver, Thiago Oliveira. Segundo ele, a ONG está arrecadando metade do que captava antes da pandemia. “Casas que faziam trabalhos como o nosso estão fechando as portas”, relatou Oliveira.

Com a paralisação do comércio e a quarentena, a saída foi passar a trabalhar remoto. “A equipe de telemarketing está em home office e estamos passando os números das contas (dos bancos) para doação por telefone”, afirma o administrador da ONG.


“Estamos recebendo doações nas contas bancárias, já que é mais fácil e mais seguro durante a pandemia”, completa. A casa também ajuda no tratamento de pessoas com câncer, em especial crianças e adolescentes, incluindo apoio a familiares.

A Casa de Apoio Amor à Vida também está sofrendo com a paralisação geral. Segundo Eide Cândida Assis, auxiliar administrativa da ONG, os maiores doadores são empresas. "Como estão fechadas, o volume de doações diminuiu bastante”. Assim como o Centro de Apoio e Combate ao Câncer Itapoã e Lar Teresa de Jesus, a entidade arrecada suprimentos para repassar a famílias de crianças com câncer e portadoras de doenças crônicas.
Eide comenta que a ONG está com falta de suplementos alimentares e fraldas. “Nós fazemos campanha para as crianças saírem do hospital e assim ajudamos as famílias”, explica. Com a falta de doações, o tratamento das 49 crianças assistidas está sendo prejudicado. 



Como doar:


Casa de Apoio Bem Viver:

Telefone (31) 98715 3438 (WhatsApp) ou pelo site e redes sociais. 

Casa de Apoio Amor à Vida:
Telefone (31) 3427 9264 ou pelo site e redes sociais.

Lar Teresa de Jesus:
Telefone (31) 3291 1330 ou pelo site e redes sociais.

Centro de Apoio e Combate ao Câncer Itapoã:

Telefone (31) 3495 3258 ou redes sociais.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Murta