Os cuidados contra o coronavírus fizeram com que, ao sair de casa, as pessoas carregassem mais que o kit básico carteira/chave/celular. Agora, é preciso somar a isso pelo menos máscaras para proteger o rosto e um recipiente contendo álcool para desinfetar aos mãos. E por este último ser inflamável, circularam pelas redes sociais alguns relatos de que a substância teria dado início a incêndio dentro de um veículo.
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A coordenadora do Laboratório de Ensaios de Combustíveis da UFMG pede uma atenção especial para o álcool na forma líquida, que, devido à falta do gel no mercado, começou a ser mais utilizado. “O álcool líquido é mais perigoso porque é mais volátil, diferente do gel, que prende o alcool dentro da sua estrutura. Além de não espalhar, o gel não volatiliza com tanta facilidade, por isso é mais seguro. Já o liquido gera mais vapor, que pode saturar o ambiente e, se der uma faísca, por exemplo, pode ocasionar uma explosão”, alerta.
Juliana Fedoce Lopes, doutora em química e professora da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), concorda que, como gás, é mais fácil de o álcool atuar como um combustível, porém, para ter combustão, seria preciso ainda uma substância 'comburente', que poderia ser o oxigênio presente do ar, e uma fonte externa de ignição.
“O álcool 70% em gel é menos inflamável justamente pela composição do gel, que diminui um pouco a sua capacidade de evaporar. Porém, devemos ter precaução em qualquer uso de álcool, independente da formulação”, afirma. Para ela, apesar de um incêndio nessas condições ser improvável, não é recomendável transportar e nem deixar grandes quantidades de álcool 70% em carros com as janelas fechadas e exposto ao sol. “Se for necessário, transporte com você na bolsa quantidades menores para usos eventuais”, recomenda.