Entre os casos suspeitos de coronavírus em Minas Gerais, 44,2% são de crianças, adolescentes e jovens de até 29 anos. O alerta foi feito pelo Conselho Estadual da Juventude (CEJUVE-MG) às autoridades públicas do Estado.
Segundo o CEJUVE-MG, o crescimento do número de casos suspeitos da doença entre a população jovem contradiz a percepção de muitas pessoas de que os mais novos não sofrem riscos com a COVID-19.
Um relatório feito com base no boletim epidemiológico atualizado diariamente pela Secretaria de Estado de Saúde foi apresentado pelo CEJUVE-MG ao Governo de Minas. O documento reivindica a criação de um plano de emergência para combater esse quadro e reforça a atual ausência de ações voltadas especificamente à população jovem.
"O senso comum, que está sendo espalhado por aí, é de que os jovens não estão sendo contaminados, mas os números dizem outra coisa. Na verdade, os jovens são os mais contaminados, proporcionalmente. Se não fizermos nada agora, a contaminação nas próximas semanas pode triplicar dentro da população jovem, que representa 26% da população mineira e é vulnerável em vários aspectos”, explica o presidente do CEJUV-MG, Jonathan Félix de Souza.
No relatório enviado a diversos órgãos do Governo do Estado, a CEJUVE-MG aponta ainda que Minas Gerais está entre os 10 piores índices de isolamento, com 45,3% da população. “Já é sabido que o isolamento social é fundamental para conter o avanço da pandemia, assim, o Conselho Estadual da Juventude vê com extrema preocupação a tentativa de retomar as atividades educacionais da rede pública estadual, colocando em risco os servidores públicos da educação. As recentes manifestações do chefe do executivo mineiro, indicando o fim do isolamento em municípios mineiros, evidenciam essa preocupação”, afirma o Conselho no documento.
O órgão teme que esse fatos possam fazer com que Minas “ande na contramão" das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A construção do Plano Emergencial Operacional foi proposto para atender essa parcela da população “tendo em vista o iminente risco de se agravarem as vulnerabilidades sociais e econômicas as quais as juventudes de Minas Gerais já se encontram”, informa o Conselho Estadual da Juventude.