Pelo poder investido no juiz de paz Leonardo Lima, na internet, nas câmeras e em dois notebooks de 14 polegadas, Heloísa Helena Coutinho e Welton Adriano de Souza foram declarados marido e mulher às 10h desta quinta-feira (30).
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A virtualidade foi o único elemento não convencional a cerimônia. Do outro lado das câmeras, os nubentes se mantiveram fiéis ao script tradicional. Heloísa apareceu maquiada, bem penteada e de vestido branco, carregando um bouquet. O noivo, de camisa bem passada, abotoada até o pescoço. Os cabelos bem-acomodados com gel também denunciavam o capricho dispensado à aparência. O "sim" foi dito de uma unidade da Igreja Batista, denominação evangélica que os dois frequentam, ao lado de duas testemunhas, como exigem as leis do Código Civil Brasileiro.
“É de livre e espontânea vontade que desejas casar com Heloísa?”, questiona o juiz de paz. “É sim!, respondeu Welson, transparecendo convicção, mesmo tom com que a jovem respondeu a pergunta.
A troca de alianças, seguida de um beijo, arrancou sorrisos da imprensa, única plateia presente no salão do cartório. “Ah, que lindos! Sejam muitos felizes”, desejou uma repórter de TV que cobria o evento.
Estreante na função de "celebrante virtual', Leonardo Lima diz que, durante o ritual de aproximadamente sete minutos, tentou compensar o clima pouco caloroso do salão vazio, sem a usual algazarra dos convidados. "Busquei imprimir o máximo de emoção que as condições tecnológicas nos permitem", comenta.
Burocracia digital
A oficial de registro do cartório do Barreiro, Letícia Franco Maculan Assumpção, explica que o matrimônio a distância não exigiu muitas adaptações. "O casamento tradicional é feito presencialmente, com os nubentes e duas testemunhas. O casal pode trazer quantas pessoas quiser para poder assistir (a cerimônia). Tendo em vista a necessidade de isolamento social, a Corregedoria de Justiça publicou uma portaria em 22 de abril, autorizando realização do ritual por videoconferência, detalha
Estreante na função de "celebrante virtual', Leonardo Lima diz que, durante o ritual de aproximadamente sete minutos, tentou compensar o clima pouco caloroso do salão vazio, sem a usual algazarra dos convidados. "Busquei imprimir o máximo de emoção que as condições tecnológicas nos permitem", comenta.
Implacável, como de costume, a burocracia cartorária cobra seu preço pela inovação. Segundo a tabeliã Letícia, a união civil on-line tem o custo extra de R$ 36,26, referente ao uso da plataforma Google Meet. A esse valor, somam-se os R$ 500 já cobrados pelos tabelionatos mineiros. As tarifas são fixadas pela legislação estadual. Ainda de acordo com a oficial, a adesão à videoconferência não é obrigatória para quem já estava com o casório marcado. Os ritos podem ser adiados para depois do surto global, opção feita, até o momento, por 200 cônjuges da Região do Barreiro.
Para esta quinta-feira (30), há mais quatro celebrações virtuais marcadas no cartório do Barreiro, além da de Heloísa e Welton. A tabeliã aposta nessa variante como uma tendência que veio para ficar. "Todo mundo agora faz compras pela internet, negócios... por que não celebrar casamentos pela internet? Eles oferecem a mesma segurança jurídica, além da garantia de que a união pode ocorrer mesmo que os interessados não possam comparecer ao cartório", avalia.
Para esta quinta-feira (30), há mais quatro celebrações virtuais marcadas no cartório do Barreiro, além da de Heloísa e Welton. A tabeliã aposta nessa variante como uma tendência que veio para ficar. "Todo mundo agora faz compras pela internet, negócios... por que não celebrar casamentos pela internet? Eles oferecem a mesma segurança jurídica, além da garantia de que a união pode ocorrer mesmo que os interessados não possam comparecer ao cartório", avalia.