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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Comunidade da UFMG propõe quebra de patentes no combate à pandemia

Objetivo da iniciativa é acelerar o processo de produção e disponibilização de novas intervenções diante da COVID-19


postado em 30/04/2020 17:03 / atualizado em 30/04/2020 18:03

Documento convida a UFMG a licenciar suas patentes e transferir suas tecnologias (foto: Marcelo Pereira / Secom UFMG)
Documento convida a UFMG a licenciar suas patentes e transferir suas tecnologias (foto: Marcelo Pereira / Secom UFMG)
A comunidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgou, no início desta semana, carta em que pede à instituição que disponibilize os recursos tecnológicos que forem necessários no enfrentamento do novo coronavírus (Sars-Cov-2). A ação significaria, entre outras coisas, quebra de patentes. O documento foi endereçado à reitoria, ao pró-reitor e ao diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica. Ele pode ser assinado por estudantes, professores, pesquisadores, técnicos, ex-alunos e demais servidores.

Além de reforçar a importância da pesquisa e da universidade pública no desenvolvimento científico e no combate à pandemia da COVID-19, o texto convida a UFMG a licenciar suas patentes e transferir suas tecnologias de forma gratuita e não exclusiva. O objetivo da iniciativa é acelerar o processo de produção e disponibilização de novas intervenções para a doença e garantir que essas tenham preços justos e acessíveis, compatíveis à realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). 

A iniciativa leva o nome Conhecimento sem cortes e sem monopólio, em referência à campanha Conhecimento sem cortes, uma reação à redução do investimento público na pesquisa e nas universidades públicas, que tem como uma das principais representantes a Associação dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais (Apubh). 

De acordo com a farmacêutica e mestre em Saúde Pública pela UFMG Luciana Lopes, mais de 300 pessoas, de 20 unidades acadêmicas da instituição, já assinaram o documento. 

“Sabemos que patentes podem ser uma importante barreira de acesso às tecnologias em saúde. Foi neste contexto de crise sanitária global que a Universidade Federal de Pelotas, pioneira nessa ação, anunciou o licenciamento de patentes e a transferência de suas tecnologias”, afirmou.

Para ela, apesar dos esforços que já estão sendo tomados, seria muito importante se, ainda assim, a universidade seguisse esse caminho e fosse a incentivadora de outras universidades e instituições de Minas a fazerem o mesmo.

“No site da universidade, na área específica para a COVID-19, já tem algumas pesquisas que a entidade já desenvolveu. São tecnologias para o uso de respiradores mecânicos e para o desenvolvimento de uma vacina. A UFMG até deu entrada em uma patente de um novo medicamento, que é objeto de estudo para tratar de feridas desse vírus”, pontuou.

Mapeamento

A UFMG lançou na segunda-feira (27) uma plataforma internacional de mapeamento das políticas públicas que estão sendo aplicadas pelos países no combate à pandemia do coronavírus. O programa, conhecido como PoliMap, é coordenado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar (THL), Sebastián Peña, da Finlândia. Mais de 50 pesquisadores de 23 países estão trabalhando na plataforma.
 
O repositório reúne banco de dados referentes às políticas adotadas por 15 países, principalmente das Américas, já que a maior parte dos pesquisadores envolvidos no projeto é desse continente. A expectativa dos organizadores é de que, na próxima semana, dobre o número de nações inseridas nesse banco com a entrada de novos pesquisadores.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Murta

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre

  • Tosse

  • Falta de ar e dificuldade para respirar

  • Problemas gástricos

  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia

  • Síndrome respiratória aguda severa

  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

Coronavírus é pandemia. Entenda a origem desta palavra

Os boatos sobre o coronavírus: fique por dentro do que é verdade e mentira

Tudo sobre o coronavírus - Covid-19: da origem à chegada ao Brasil

Coronavírus: qual é a diferença entre isolamento e quarentena?   


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