Há 44 anos, os católicos estão acostumados a ir à Praça da Cemig, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com suas carteiras de trabalho na histórica missa dedicada ao 1º de maio.
Neste ano, por força da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia que reúne aproximadamente 5 mil pessoas não poderá ocorrer. Ainda assim, quem quiser acompanhar as celebrações durante o Dia do Trabalhador pode recorrer a duas opções: à TV Horizonte ou às redes sociais da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Às 9h, direto da Cúria Regional em Contagem, o bispo auxiliar da Arquidiocese de BH, dom Vicente de Paula Ferreira, preside a missa. Ao lado dele estará o padre Jean Francisco Monteiro.
Já às 15h, direto do no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Grande BH, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, abençoa os trabalhadores.
“O número de desempregados está crescendo mais rápido no nosso país com a crise advinda da pandemia do novo coronavírus. O Brasil ainda vive uma crise social e política. Precisamos de líderes éticos, humanistas e comprometidos com a saúde do povo, principalmente os mais pobres e vulneráveis", afirma dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Ele ressalta que "cada um de nós" tem vocação para o "trabalho digno", que garanta o "bem-estar da família". O arcebispo, contudo, alerta para que as pessoas não se submetam a posições de desvalorização, que obedeçam à "lógica econômica perversa".
"Neste Dia do Trabalhador, os cristãos são especialmente convocados a se indignar com a submissão do trabalho a uma lógica econômica perversa, que privilegia a geração de desigualdade. O momento é de união de esforços públicos e privados. É fundamental que o estado adote políticas claras. É urgente uma economia que se volte ao desenvolvimento integral", explica.
Dom Walmor também destacou a necessidade de garantia dos direitos do camponês em detrimento de políticas públicas em prol dos latifundiários. E disse que a solidariedade e a fé são os remédios para a crise vivida pelo país.