A Prefeitura de Belo Horizonte assinou acordo de cooperação técnica com operadoras de telefonia celular para ter acesso a uma plataforma que monitora o nível de isolamento social aplicado na capital mineira para conter o avanço do coronavírus. A plataforma calcula diariamente quantos aparelhos entraram e quantos saíram da área de cobertura das antenas espalhadas pela cidade. Fazendo a divisão entre os números, se chega a uma porcentagem, que indica o nível de isolamento. O sistema não identifica individualmente os donos dos aparelhos – apenas faz uma contagem em massa.
A PBH já vem utilizando o monitoramento, que foi oferecido gratuitamente pelas empresas Oi, TIM, Vivo e Claro. Em Belo Horizonte, a plataforma vai contabilizar o deslocamento de 4,3 milhões de celulares, segundo as operadoras. Questionada se vai divulgar os dados de isolamento social, a prefeitura afirma que o monitoramento tem sido usado para análise interna do Comitê de Enfrentamento à pandemia de coronavírus em BH.
“É mais um dado utilizado pelo Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 para monitorar a pandemia e as medidas de isolamento. Importante destacar que os dados não são individualizados e, por isso, não há identificação de aparelhos ou pessoas. Portanto, a privacidade do cidadão está preservada”, afirma a administração municipal, em nota.
O diretor de Infraestrutura do SinditeleBrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), Ricardo Dieckmann, afirma que se trata de “poderosa ferramenta” para ajudar a conter o avanço da COVID-19. “É como se fosse uma catraca. Se a pessoa ficou muito tempo em uma antena ela deve estar em casa. Se esse aparelho se desloca para outra área de cobertura, o sistema faz uma contagem acumulada”, explica.
De acordo com o sindicato que representa as operadoras, o mecanismo é adotado por 12 prefeituras e seis estados no Brasil. O estado de São Paulo, epicentro da pandemia no país, foi o primeiro a usar o sistema. Em Minas Gerais, Belo Horizonte é a única cidade com acesso até o momento. Porém, segundo Ricardo Dieckmann, o governo do estado já iniciou o processo para assinar o acordo de cooperação. Segundo o Sinditelebrasil, o governo federal, os governos estaduais, as prefeituras das capitais e de cidades com mais de 500 mil habitantes podem entrar com a documentação necessária para acessar a plataforma.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Murta