Jornal Estado de Minas

No condomínio

Leitor facial é arma em mundo digital no qual o toque virou uma ameaça

 

 Biometria, botões do elevador, pontos eletrônicos, telas touch, máquinas de cartões e totens estão espalhados por aí e fazem parte da rotina de todos. Com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de manter as mãos limpas para conter o contágio da COVID-19, freando a pandemia do novo coronavírus, se torna tenso toda vez que é necessário utilizar tais ferramentas. Por isso, o rigor na higienização com água e sabão, quando possível, e álcool em gel tem de se tornar um hábito, repetido mais vezes possível.





 

Nos condomínios, por questão de segurança, a biometria é bastante usada e, agora, chega a esses moradores a possibilidade do reconhecimento facial, ferramenta ainda mais segura e, neste momento, com redução do risco de infecção, já que não é preciso colocar o dedo indicador para registro a toda hora em uma tela. Assim, a biometria facial é uma tendência de mercado e alidada diante da propagação de infecção pela COVID-19.

 

Ricardo Cadar, CEO da Biomtech, explica que para a instalação do aparelho do leitor facial não é necessário qualquer investimento inicial por parte dos condomínios, já que a modalidade que a Biomtech faz é a prestação de serviços. Ou seja, a pessoa paga uma assinatura mensal para ter este serviço à disposição dos condôminos. “Como na maioria dos residenciais as portas e portões já são eletrônicos, facilita bastante a implementação. Isso porque a pessoa não precisa trocar trincos e fechaduras. O que fazemos é adaptar a nossa solução tecnológica à realidade do condomínio. Não importa se a forma de acesso seja por catraca, cancela eletrônica, roleta, porta ou portão. A biometria facial responde a todas elas.”

 

Também não é preciso mudar absolutamente nada no condomínio, apenas identificar o ponto ideal. Os dispositivos se comunicam por meio de Wi-Fi ou cabo. Portanto, podem ser instalados em qualquer lugar que tenha somente um ponto de energia. Para Ricardo Cadar, o grande benefício do reconhecimento facial para os moradores diante da pandemia do novo coronavírus é a segurança sanitária. Isso porque não necessita de qualquer contato físico com o equipamento. “Uma vez que o dispositivo verifica, em questão de microssegundos, o rosto da pessoa cadastrada. Neste momento, em que é necessário sair às ruas usando máscaras, a pessoa não precisa tirar a proteção, porque a tecnologia consegue identificá-la ainda assim.”





 

Ricardo Cadar explica que a solução de reconhecimento facial vem ao encontro da redução de custos em condomínios, que podem optar por retirar, por exemplo, os porteiros em tempo integral, já que a solução pode ser integrada em condomínios com portaria remota. “Nos últimos anos, a biometria facial ganhou espaço no mercado e nas vidas das pessoas, a ponto de ser tão acessível quanto a biometria digital. A diferença maior é a impossibilidade de fraudar. Os sensores leem micromovimentos faciais e, assim, não tem como alguém destravar o controle de acesso. Não existe a possibilidade de fraude por vídeos ou fotos.”

 

Para o leitor facial ser implantado, certamente será preciso um banco de dados com as faces de todos os moradores, familiares, funcionários do condomínio. Neste momento de isolamento social é um complicador. “Pensando na dificuldade de se reunir todos, é possível cadastrar de uma forma fácil e prática. Os moradores enviam uma foto tirada do próprio celular, as fotos são cadastradas nos dispositivos, sem a necessidade delas saírem de casa, sem nenhum contato físico com o equipamento.”

 

Da mesma maneira, os funcionários, familiares e visitantes frequentes podem também enviar as fotos tiradas do próprio telefone. As pessoas podem fazer sem sair de casa. Essa é uma grande facilidade da tecnologia se comparada à instalação da biometria digital, em que seria necessário que as pessoas estivessem fisicamente no local. Ou seja, o tempo de cadastro e implementação é mais rápido.





 

BENEFÍCIOS Fábio Barletta, advogado especialista em direito condominial e diretor do conselho do síndico externo da CMI/Secovi-MG, explica que a decisão de implantar o reconhecimento facial em um condomínio, como qualquer outra medida que impacte o dia a dia dos condôminos ou que demanda um elevado custo, como neste caso, deve ser tomada pela coletividade, em assembleia. Deve ser oportunizada à participação dos condôminos para que a decisão seja compartilhada.

 

Além da biometria digital e do reconhecimento facial, tem a tecnologia QR Code, outra ferramenta que muitos condomínios têm adotado. Opção que, além do alto grau de segurança, se mostra das mais higiênicas porque não há contato. Fábio Barletta afirma que o QR Code passa a ser a chave do condômino.  É um código com elevado grau de segurança e de difícil violação. Mas, para isso, é importante que seja randômico, ou seja, sua combinação deve ser alterada automaticamente em curtos espaços de tempos, a cada 30 segundos por exemplo.

 

“Funciona com base em um aplicativo para celular que gera o QR code e o morador acessa o condomínio simplesmente apontado a tela do seu aparelho celular para a câmera previamente instalada na portaria. O acesso é feito sem nenhum contato com a superfície, o que não ocorre com o uso dos interfones ou da biometria, por exemplo.”





 

 

Ações de higienização

Formas de prevenção que devem ser adotadas na biometria digital