Como em outros domingos e feriados, muitas pessoas desobedeceram as instruções das autoridades sanitárias e tomaram as pistas de corrida e caminhada de Belo Horizonte. Na manhã deste primeiro dia da semana, a reportagem percorreu seis locais usados para a prática de exercícios físicos em várias regiões da cidade e quase todos tinham grande volume de gente. E o pior: com muitas pessoas sem máscara, inclusive aquelas pertencentes ao chamado grupo de risco da COVID-19, com maiores de 60 anos, infrigindo decreto da prefeitura.
Dois dos espaços mais cheios se localizam na Região Centro-Sul, nas avenidas dos Bandeirantes, no Anchieta e Sion, e José do Patrocínio Pontes, no Mangabeiras. Ao contrário de outras pistas da cidade, como a da Avenida dos Andradas, na região Leste, ambas estão abertas e bem movimentadas, sendo praticamente impossível manter a distância de 2 metros para outra pessoa, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outro local com grande concentração de pessoas é a pista da Avenida José Cândido da Silveira, entre os bairros Cidade Nova, Sagrada Família, Santa Inês e Dom Joaquim, na Região Nordeste da capital. Lá, até mesmo bebês foram levados para passear pelos pais em carrinhos.
Já do outro lado da capital mineira, na Região Oeste, o movimento é menor, mas também foi constatada a falta do uso de máscaras por muitos. Como na Avenida Silva Lobo, nos bairros Grajaú e Nova Granada. E também na Rua Henrique Badaró Portugal, no Buritis.
Intimidação
Mesmo não respeitando as determinações das autoridades sanitárias para tentar conter a propagação do novo coronavírus, houve quem tenha interpelado a reportagem de forma ríspida. Tanto no Anchieta quanto no Buritis pessoas sem máscaras questionaram o motivo de os profissionais estarem ali e chegaram a ameaçar o fotógrafo que registrava as imagens.
Desde o mês passado a prefeitura de Belo Horizonte cercou praças e desaconselhou exercícios em locais públicos. Nas 78 unidades da Academia da Cidade, que ficam ao ar livre, por exemplo, há cartazes pedindo para que as pessoas não usem o equipamento.