Jornal Estado de Minas

COVID-19

Prefeitos da Grande BH relatam dificuldades e estudam abertura da economia

Enquanto Belo Horizonte adota medidas cada vez mais rígidas de segurança no combate ao coronavírus, os demais municípios que integram a Região Metropolitana da capital vão discutir a flexibilização das normas de isolamento social, inclusive na abertura do comércio. Em reunião que contou com diversos prefeitos nesta tarde, em BH, vários municípios expuseram as dificuldades econômicas desde o início da pandemia, que os impedem de auxílios emergenciais à população.


 
 
No encontro que contou com 24 chefes do executivo municipal da Grande BH, muitos pediram que a economia seja aberta em fases distintas, obedecendo as tradicionais normas de número mínimo de pessoas no trabalho ou dentro das lojas, além do uso obrigatório de máscaras e álcool em gel nos estabelecimentos. A maioria dos prefeitos pediu ajuda ao prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD),  

A prefeita de Vespasiano, Ilce Alves Rocha Perdigão (PSDB), criticou a falta de diálogo com o governo de Minas e reiterou que seu município não tem dinheiro para a compra de máscaras para as pessoas. “Com as ausências da estratégia de governo que temos percebido, é importante que Belo Horizonte se una a outros prefeitos para que possamos trabalhar em conjunto e sair vitoriosos nessa pandemia que não tem nenhum modelo. Kalil fala em dar cesta básica e nós temos dificuldades, porque vivemos de repasses. Vi que o Kalil falou que ia distribuir milhões de máscaras. E como vamos fazer para comprar milhões de máscaras para nossos municípios? Belo Horizonte tem um poder aquisitivo muito mais alto que todos os demais municípios, que vão ficando cada vez mais penalizados com esses problemas. Colocamos essa importância de alinhar metas e cobrar do governo do estado e ter uma posição sobre quais a próximas ações que deveremos tomar nos próximos dias, que bate à porta”.

De acordo com o prefeito de Nova Lima e presidente da Granbel (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de BH), Vitor Penido (DEM), o intuito é que os municípios gradativamente concedam liberdade aos comerciantes para voltar às atividades: “A maioria dos municípios da Grande BH já flexibilizou a parte comercial. Niova Lima ainda não, mas vamos decidir posteriormente. E ela será feita em duas etapas. Primeiro, as lojas, desde que as associações comerciais se responsabilizem e os proprietários assinem um documento no qual só poderão trabalhar pessoas preparadas. Segundo, os restaurantes que poderão funcionar até às 16h”.

Outro que defendeu a flexibilização da economia foi o prefeito de Jaboticatubas, Eneimar Marques (PEN), que entende a liberação do comércio depois de políticas bem estudadas: “Traçamos juntos com Belo Horizonte algumas medidas e possíveis mudanças daqui para a frente, sabendo entender a dinâmica do coronavírus, a dinâmica hospitalar, a questão do atendimento, saber para onde vamos encaminhar nossos pacientes em estado grave. No entanto, trabalhamos a questão de flexibilização dentro de uma lógica planejada e bem estudada. Juntos, acredito que as ideias podem fluir melhor e tenham mais valor”.


 
Já o prefeito de São José da Lapa, Diego Álvaro dos Santos (PT), entende que a união de pensamentos das cidades é fundamental para o controle da COVID-19: “Esse alinhamento é essencial para que as medidas sejam apoiadas como um todo. Quando há um conjunto de ações tomadas por todo os municípios, vemos os resultados que estão aí. São medidas que trazem controle do coronavírus na região, na capital e no estado. Juntos, vamos combater o coronavírus, fazer o melhor para nossa população”.