O governo de Minas anunciou nesta sexta-feira (8) o lançamento de um aplicativo para celulares que permitirá à população realizar consultas médicas a distância. O objetivo é evitar que pacientes com casos de baixa complexidade tenham de se deslocar até clínicas e hospitais, correndo risco de ser contamidos pelo novo coronavírus.
“Estamos lançando o aplicativo Saúde Digital MG, gradeço à empresa Techtools, que doou a plataforma. Consulta médica digital existe há tempos em outros países, mas no Brasil havia resistência. Com o advento da pandemia de COVID-19, ficou claro que podemos, sim, fazer uso da teleconsulta, desde que tenha critério, tenha consulta”, afirmou o governador Romeu Zema (Novo).
Segundo ele, haverá desafogo para os profissionais da saúde. “Vamos melhorar o atendimento médico no estado. Muita gente não precisa de consulta presencial e o aplicativo vai facilitar a vida das pessoas”, argumentou.
A ideia é corroborada pelo secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral. Ele detalha que serão três tipos de atendimento: o médico, o de enfermagem e o de atendimento psicológico. “A telemedicina vai permitir que pessoas com sintomas tenham acesso a profissionais de saúde. Eles é quem vão determinar se a pessoa está com risco de ter a COVID-19 ou não. Abrange todo o estado e permitirá evitar filas e o contágio nessas filas”, declarou ele.
O aplicativo está disponível agora apenas para sistemas Android. A instalação é fácil, e o cadastro, também. O passo seguinte é preencher os dados e, então, escolher entre “Suspeita de COVID-19” ou “outras suspeitas”, como dor de cabeça, tonturas, picadas de inseto, dor de ouvido, dor abdominal, dor no peito e saúde mental.
Depois de responder a uma série de perguntas, sai o resultado da avalição. Tanto pode ser um diagnóstico preciso quanto a instrução como “agende uma consulta na unidade de saúde mais próxima".
Cautela
Antes de lançar o Saúde Digital, o governador esteve no Hospital Mário Penna, na Região Leste de Belo Horizonte, para inauguração de nova ala exclusiva para pacientes contaminados pelo coronavírus. São 60 leitos, que exigiram R$ 8 milhões de investimento, sendo que metade foi bancada por empresas por meio da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).
Com isso, o estado aumenta sua capacidade de combater o avanço da pandemia, pois o hospital de campanha, com 768 leitos e montado no Expominas, no Bairro Gameleira, na Região Oeste, já está pronto. “Ampliamos a rede de assistência. Esperamos não precisar usá-los, mas, se necessário, estamos preparados”, argumentou Romeu Zema. Minas registra 111 mortes e 2.943 infectados pela doença.
O secretário de saúde fez analogia sobre as iniciativas do governo: “O que estamos fazendo hoje é igual estudar para uma prova. Há dias estamos nos preparando, ampliando leitos, comprando respiradores, comprando testes, orientando a sociedade. E a prova será o dia de pico de incidência (da COVID-19), que queremos evitar”.