Pedro, de 11 anos, como muito meninos de sua idade, adora futebol e natação. Corintiano, sabe tudo sobre o time do coração e o esporte. O menino de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, porém, não pode mais se dedicar como antes à prática esportiva por uma doença rara que faz com que ele perca, de forma progressiva, o dominio dos pés. O problema começou a se manifestar quando ele tinha 6 anos.
Com o agravamento do problema, ele necessitava fazer uma cirurgia urgente realizada apenas por apenas dois médicos da rede particular no Brasil. A mãe, Isabel Cristina Ribeiro de Sousa, de 38 anos, não sabia o que fazer diante da urgência da cirurgia e a falta de recursos para realizá-la. Até que pensou que poderia fazer um vaquinha online.
Colocou a campanha no ar na quinta (07/05) e teve uma grata surpresa. Em menos de 24 horas, ultapassou a meta de R$ 18 mil, arrecadando R$ 21 mil. Naquele momento, faltavam dois dias para o Dia das Mães, mas ela já havia recebido o maior presente: a possibilidade de os movimentos do filho voltarem.
"Coloquei a data limite para 31 de maio. Fiquei surpresa demais. Nunca poderia imaginar a repercussão tão positiva da campanha. Recebi apoio de Santa Rita, no Sul de Minas, e de outros estados. As pessoas ficaram emocionadas de colaborar. Pedro é muito querido na cidade", relata.
Pedro tem uma doença rara que acomete 500 pessoas em todo mundo,a distrofia muscular de cinturas tipo 2E. Há um mês, a locomoção do menino ficou ainda mais comprometida. Sem cura, a doença requer tratamentos para garantir qualidade de vida ao menino. É preciso fazer uma cirurgia para o alongamento do tendão para que a limitação dos movimentos não resultem em outros problemas, como escoliose. "Ele anda com dificuldade devido ao pé esquerdo retraido", conta Isabel.
Depois que fizer a cirurgia, o menino terá que usar duas órteses, botas especiais para não deixar o tendão encurtar em decorrência das complicações da doença. Uma ele usará para andar e a outra para dormir. "Elas são caras", diz. O recurso arrecadado será para a cirugia. Depois será preciso conseguir mais um montante para a aquisição dos equipamentos. A cirurgia não é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS). A família conseguiu marcar para que ela seja realizada entre os dias 18 e 21 de maio.
"O Pedro é um menino muito inteligente, que tem sabedoria e aceitação do problema dele que vai além do entendimento qualquer pessoa", diz a mãe. Pedro faz hidroterapia, fisioterapia e terapia ocupacional. No entanto, devido às determinações de isolamento social em decorrência da pandemia do novo coronavírus, ele só tem feito a fisioterapia, duas vezes por semana, em uma cidade vizinha.