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Estado de Minas COVID-19

Como o coronavírus preocupa cidades-polo de Minas Gerais

Entenda a situação em Montes Claros, Juiz de Fora, Governador Valadares, Divinópolis, Extrema e Pouso Alegre


postado em 12/05/2020 04:00 / atualizado em 12/05/2020 07:43

Enquanto Juiz de Fora já acolhe pacientes de 94 cidades próximas, Montes Claros, que é referência para 86 municípios, vai implantar hospital de campanha e Pouso Alegre se prepara para superlotação da principal unidade hospitalar da região Sul de Minas(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press %u2013 18/2/20 - Marcos Alfredo/Esp.EM - Magson Gomes/Esp.EM)
Enquanto Juiz de Fora já acolhe pacientes de 94 cidades próximas, Montes Claros, que é referência para 86 municípios, vai implantar hospital de campanha e Pouso Alegre se prepara para superlotação da principal unidade hospitalar da região Sul de Minas (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press %u2013 18/2/20 - Marcos Alfredo/Esp.EM - Magson Gomes/Esp.EM)

 

Luiz Ribeiro

 
Apelos a municípios vizinhos, reforço das recomendações à população para isolamento, ofício com alerta a autoridades sanitárias estaduais e federais, trabalho para aumento do número de leitos de terapia intensiva e até toque de recolher. Com esse arsenal limitado, prefeitos de cidades que são referência para atendimento em dezenas de outras ou que ficam perto de estados como o Rio de Janeiro ou São Paulo – onde as mortes por COVID-19 chegaram à casa do milhar – veem com apreensão o avanço da pandemia e a pressão que vem de fora sobre seus sistemas de saúde.

Nem mesmo a capital, com a infraestrutura de atendimento de maior capacidade e complexidade do estado, escapa do desafio representado pela pressão das populações vizinhas. Segundo dados da Central de Internação da Secretaria Municipal de Saúde, entre 17 de março, data da publicação do decreto municipal motivado pela pandemia, e 7 de maio, Belo Horizonte recebeu pedidos de internação para 303 pacientes com sintomas de síndrome respiratória aguda grave e indicação para UTI. Desses, 47%, ou 142, eram procedentes do interior.

Segundo a Saúde municipal, as cidades com maior número de pedidos para internação em BH são Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Contagem, Vespasiano, Sabará e Caeté. E esses dados não contabilizam as internações que ocorrem pelos serviços de urgência e emergência, os chamados serviços de porta aberta, que são procurados diretamente pelos pacientes.

Se a pressão externa é um desafio para a capital, nas cidades-polo do interior ela vem tirando o sono de muitos administradores. A mensagem de alerta é geral: caso a saúde desses municípios de referência não suporte a sobrecarga, não apenas a população local sofrerá, mas todos os moradores que demandam serviços médicos em regiões inteiras, e até em estados vizinhos. Colapso é a palavra mais temida nos polos da saúde em Minas Gerais.
 
 

Sob risco da demanda que chega via estradas

Com a chegada da pandemia de COVID-19, a acolhida de doentes de outras cidades vem sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde de Montes Claros, município de 409 mil habitantes que é referência para o atendimento de média e alta complexidade de 86 cidades do entorno no Norte de Minas. Considerada o segundo maior entroncamento rodoviário nacional, atrás de São Paulo, a cidade também recebe pacientes de fora de Minas, especialmente de pequenos municípios do Sul da Bahia.

A secretária municipal de Saúde, Dulce Pimenta, afirma que a cidade é o “anteparo” para impedir consequências mais graves da COVID-19 em toda a região.  “Se Montes Claros tiver um caos no sistema de saúde, não é só a população daqui que vai sofrer com isso. Será 1,6 milhão pessoas da macrorregião”, alerta.
 
Centro especializado de atendimento a pacientes de COVID-19 em BH: capital tem quase a metade de pacientes graves de doenças respiratórias vindos de outras cidades(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 10/3/20)
Centro especializado de atendimento a pacientes de COVID-19 em BH: capital tem quase a metade de pacientes graves de doenças respiratórias vindos de outras cidades (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 10/3/20)
 
 
Ela explica que, devido à condição de cidade-polo do Norte de Minas, o Centro Integrado de Comando e Controle Local da CODIV-19 tem acompanhado a implantação das medidas de isolamento social em outros municípios do Norte mineiro. “Quando a gente coloca que Montes Claros é referência para 86 municípios, isso é um desenho de planejamento. Sabemos que na prática, a cidade é referência para mais de 100 outras”, diz a secretária, lembrando especialmente a demanda de pacientes do Sul da Bahia.

Entroncamento Até ontem, Montes Claros tinha confirmações de 29 casos e de duas mortes pela COVID-19, com 2.569 pacientes suspeitos notificados, 466 casos investigados e 474 descartados, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A secretária Dulce Pimenta informou que havia 21 pacientes internados com suspeita ou confirmação de contágio por coronavírus em hospitais locais, dos quais 13 são de fora da cidade.

“Estamos com um paciente internado com COVID-19 proveniente do Ceará, uma pessoa que estava em trânsito. Foi diagnosticada com a doença e o quadro piorou, necessitando da internação”, afirmou a secretária. O fato demonstra, afirma ela, que a cidade também tem maior demanda de atendimento por ser um entroncamento rodoviário importante do país.

Por Montes Claros circulam veículos de passeio e de carga que viajam entre o Centro-Sul e o Nordeste do Brasil, percorrendo a BR-135 (acesso a Belo Horizonte), BR-365 (ligação com o Triângulo Mineiro) e a BR-251 (Montes Claros/BR-116 – Rio-Bahia).

Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Montes Claros contava com 75 leitos de UTI, mas, diante da pandemia, conseguiu a instalação de mais 74, aguardando a habilitação deles junto ao Ministério da Saúde para atendimento de pacientes da COVID-19. Com isso, chegará à soma de 149 leitos de terapia intensiva.
 
Atualmente, a taxa de ocupação das vagas de UTI na cidade é de 76%, mas considerando somente as 75 já em operação. O município anuncia que até junho vai implantar um hospital de campanha em unidade de pronto-atendimento para atender casos mais simples e liberar espaço nos demais para os pacientes graves da COVID-19.
 
 

Apelo a outras prefeituras

A secretária Dulce Pimenta afirma que o encaminhamento de pacientes com a COVID-19 para Montes Claros é feito dentro do pacto entre os serviços de saúde municipais e a Secretaria de Estado de Saúde. “As transferências obedecem ao fluxo firmado entre os gestores. No entanto, é muito importante que os municípios da macrorregião cumpram também seu papel dentro da rede, evitando congestionamento em Montes Claros”, afirma.

Considerando a situação, o Centro de Controle da COVID-19 de Montes Claros encaminhou recomendação aos prefeitos dos demais municípios do Norte de Minas para que atendam pessoas com suspeita de coronavírus em suas unidades básicas, fazendo a triagem dos casos e evitando a sobrecarga nos hospitais da cidade-polo.

Dulce Pimenta lembrou que o prefeito de Humberto Souto (Cidadania), em reunião do mesmo comitê, disse que adotou medidas rigorosas de isolamento social para diminuir a propagação do novo coronavírus. 

Mas alertou que, se os prefeitos dos demais municípios norte-mineiros afrouxarem as medidas do distanciamento social, haverá riscos de grande aumento da doença na região, o que poderá resultar em colapso no sistema de saúde de Montes Claros.

“O prefeito Humberto Souto alertou para a necessidade de flexibilização das medidas de isolamento de forma programada e responsável, advertindo que um colapso do sistema de saúde hospitalar em Montes Claros, afetaria toda a macrorregião”, disse Dulce. 

“Cada gestor tem autonomia para decidir as medidas de contingenciamento do seu município para o COVID -19, mas é importante avaliar o impacto que essas medidas terão no sistema hospitalar de Montes Claros, que é referência”, completou.
 
 

Triagem falha expõe unidades e pacientes

 
Pacientes de outros municípios também sobrecarregam a saúde em Governador Valadares, cidade de 279,8 mil habitantes, no Leste do estado. “O maior impacto causado por municípios vizinhos é o encaminhamento de pacientes que apresentam sintomas leves ou que não têm história bem definida de evolução de doença, colocando em risco o próprio paciente, que muitas vezes não se enquadraria como caso suspeito de COVID-19”, afirma o prefeito André Merlo (PSDB). “Além disso, recai sobre o município o recebimento e entrega dos resultados de confirmação ou descarte de caso suspeito”, completa.

O prefeito lembra o que Governador Valadares é referência em média e alta complexidade para 51 municípios do Leste do estado. Desta forma, acaba recebendo o fluxo de atendimento contaminados pelo coronavírus em toda a região. Segundo ele, o município ainda não recebeu pacientes com a COVID-19 de estados vizinhos, apesar de ser rota de importantes rodovias, como as BRs 116 e 381.
 
Chegada de pacientes na Santa Casa de Montes Claros, cidade que oficialmente é referência para 86 municípios, mas na prática recebe pacientes de mais de 100. Ambulância é o principal serviço de saúde para muitos deles(foto: Santa Casa de Montes Claros/Divulgação)
Chegada de pacientes na Santa Casa de Montes Claros, cidade que oficialmente é referência para 86 municípios, mas na prática recebe pacientes de mais de 100. Ambulância é o principal serviço de saúde para muitos deles (foto: Santa Casa de Montes Claros/Divulgação)
 
A prefeitura informa que o Hospital Municipal de Governador Valadares dispõe de 18 leitos de terapia intensiva exclusivos para atendimento a pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19, sendo 16 adultos e dois pediátricos. Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no município é de 11%. 

A cidade trata sete pacientes internados em decorrência da COVID-19, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cujo balanço apontava, até ontem, 36 casos confirmados e quatro mortes causadas pelo novo coronavírus. Foram notificados na cidade 1.122 registros suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus. 
 

 

Juiz de Fora teme reflexos de colapso no Rio de Janeiro

 
Marcos Alfredo

Cidade-polo da Zona da Mata e vizinha ao estado do Rio de Janeiro, onde a saúde beira o colapso, Juiz de Fora é a segunda cidade no estado com mais casos confirmados de COVID-19. Além de ser referência na região – que engloba 94 municípios mineiros – o município acaba sendo alternativa para a população de cidades do estado vizinho.

De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora, nas duas últimas semanas de abril foram identificados no sistema de saúde municipal oito pacientes com sintomas de COVID-19 provenientes do estado do Rio. Diante da situação, em 27 de abril, o Executivo enviou ofício à Secretaria de Saúde de Minas Gerais e ao Ministério da Saúde relatando preocupação com o fato e pedindo orientação formal, já que o sistema regional não foi concebido para recebimento de pacientes de outros estados. O ofício pede providências para a instalação de barreias sanitárias ou que sejam implementados mais leitos de tratamento intensivo, capazes de atender à demanda extra.
 

"Nossa capacidade instalada de leitos (de UTI) tem uma reserva pequena (...) Foi nesse contexto que decidi (...) manter o decreto vigente de isolamento social e não adotar nenhuma medida de flexibilização"

Antônio Almas, prefeito de Juiz de Fora e médico

 
Como informou o prefeito Antônio Almas, em coletiva no último dia 1º, Juiz de Fora apresentou pico acentuado no número de casos suspeitos de COVID-19. “Nossa capacidade instalada de leitos (de UTI) tem uma reserva pequena diante do cenário de casos que se apresentam. Foi nesse contexto que decidi, com os membros do Comitê Municipal de Enfrentamento à COVID-19, manter o decreto vigente de isolamento social e não adotar nenhuma medida de flexibilização das atividades econômicas em nossa cidade”, disse o chefe do Executivo municipal, que também é médico.

Fabiano Galvão, de 55 anos, funcionário público e morador da Zona Norte, tem desconfiança da migração de pacientes do estado vizinho. Para ele, isso vai sobrecarregar os hospitais. “A minha preocupação na verdade é essa. Em Juiz de Fora as pessoas estão bem conscientes e estão tomando os cuidados devidos. Já no Rio tem esse grande problema: as pessoas já ficam mais à vontade e não estão levando a sério a doença. Então, sou contra a vinda de pacientes do Rio”, explica.
 
CASOS CONFIRMADOS Após a capital mineira, Juiz de Fora tem o segundo maior número de casos confirmados no estado. De acordo com boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, divulgado ontem, a cidade tem 307 casos confirmados de COVID-19 e 13 mortes pela doença.

Além disso, apresenta o maior índice de crescimento de casos confirmados de COVID-19. Conforme levantamento de 20 dias, de 22 de abril até ontem, Juiz de Fora apresentava 207% de aumento nos casos confirmados, ante 99,38% em Belo Horizonte. Apesar do aumento, para o prefeito, a cidade ainda não atingiu o pico da doença, e a situação só não é pior devido às ações adotadas antes.

Em 15 de abril, prefeitura e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) assinaram termo de cooperação técnica. No documento, a universidade se compromete a colaborar com o poder público municipal nas ações para o enfrentamento à COVID-19, incluindo a realização de testes para constatação da doença. As amostras são coletadas pela Saúde municipal e encaminhadas à UFJF, que contabilizou nesta semana 150 exames.

Apesar da colaboração, o prefeito reconhece que a capacidade de testagem é insuficiente. “O número de testes para COVID-19 está muito aquém do ideal, como acontece em todo o Brasil e em alguns países. Temos capacidade muito pequena de aplicação”, destaca Almas.
 
   

Previsão preocupante 

Antes do início da pandemia, Juiz de Fora tinha 108 leitos de UTI. Atualmente, são 134, 37 exclusivos para pacientes de COVID-19. Segundo a prefeitura, a taxa de ocupação caiu de 84% – considerada faixa de alerta – para 73,14% ontem. O motivo foi a implementação de 10 novos leitos de terapia intensiva que estão funcionando desde o dia 4 deste mês. Mas será preciso mais, adverte o prefeito. “Temos certeza de que ainda precisaremos de uma capacidade de UTI maior. Se não fizermos a nossa parte, teremos um grande problema sanitário logo ali na frente. O que estamos assistindo em vários lugares do Brasil poderá se repetir em Juiz de Fora. Isolamento social é a única solução”, ressalta Antônio Almas. 
 

 

Ansiedade se espalha na divisa com São Paulo

 
Portal Terra do Mandu

As quatro regionais de Saúde do Sul de Minas (Alfenas, Passos, Pouso Alegre e Varginha) somam 379 casos confirmados de COVID-19, além de 22 mortes, totalizando 401 casos positivos para o novo coronavírus, de acordo com o boletim divulgado na quarta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde. A situação é mais preocupante para as cidades que fazem parte da Superintendência Regional de Saúde de Pouso Alegre, mais próximas de São Paulo (SP), epicentro da pandemia no Brasil. Do total de casos no Sul de Minas, 234 estão nessa regional, com 16 mortes associadas ao novo coronavírus.

A 200 quilômetros da capital paulista e a 100 da divisa dos estados, Pouso Alegre, de 150 mil habitantes, tem 58 casos de pessoas com teste positivo para o novo coronavírus, com três mortes. Extrema, com 36 mil moradores, a seis quilômetros da divisa e a 100 da cidade de São Paulo pela Rodovia Fernão Dias, tem 48 casos, com três mortes. 

As duas cidades aparecem entre os 10 municípios de Minas Gerais com maior número de casos da COVID-19, atrás de Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis, Uberaba e Nova Lima.

Apesar da situação, a secretária de Saúde de Pouso Alegre, Sílvia Regina Pereira, afirma que a situação está sob controle. Com base nessa crença, o funcionamento do comércio local foi flexibilizado, incluindo a reabertura bares, restaurantes, shopping e academias. Regras de higienização, uso de máscaras e distanciamento em filas devem ser obedecidas.

Por ser cidade-polo, Pouso Alegre recebe pacientes de 32 municípios. Atualmente, são 40 leitos de terapia intensiva disponibilizados para tratamento de pacientes com COVID-19. Desse total, três leitos tinham pacientes internados nesta semana, não chegando a 10% da capacidade.

“A gente tem que estar preparado porque nossa população, somando essas 32 cidades, é de 543 mil habitantes. Hoje nós temos uma situação favorável, mas que pode mudar rapidamente”, diz Sílvia Regina, que ainda lembra que o tempo de permanência de um paciente com COVID-19 em UTI é de 15 a 30 dias. Por isso, a necessidade de não relaxar as medidas de atenção.

 
A proximidade com o estado de São Paulo, que já soma mais de 3 mil mortes pelo novo coronavírus, preocupa. “Temos conversado com prefeitos e secretários de Saúde das cidades da região para manter uma posição uniforme, porque não adianta um município tomar medidas preventivas e o outro não fazer nada”, afirma a secretária de Saúde Pouso Alegre.

Por enquanto, as cidades da região não recebem pacientes vindos do estado de São Paulo. Mas, é algo que não é descartado, já que o Ministério da Saúde considera o Sistema Único de Saúde como universal. Isso significa que, onde houver leitos disponíveis, eles poderão ser usados por quem não tem essa disponibilidade.

Por essas e outras razões, Pouso Alegre se prepara para uma possível superlotação do principal hospital da região, o Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Na última semana, a prefeitura anunciou que as instalações da Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas, em fase final de construção, funcionarão, em um primeiro momento, como hospital de campanha, com 26 leitos para internação de casos moderados. O local já está funcionando como ambulatório para pessoas com sintomas do novo coronavírus. 

Extrema adota toque de recolher

A Prefeitura de Extrema adotou toque de recolher após decreto do prefeito João Batista da Silva. A medida foi implantada próximo aos feriados de 21 de abril de 1º de maio e estendida pelo menos até esta segunda-feira. No período, foi proibida a circulação de pessoas em vias públicas entre 18h e 6h. Os pontos de comércio essencial que estão liberados para funcionar devem fechar às 17h30, para dar aos funcionários tempo de voltar para casa. Outras medidas adotadas para o combate ao novo coronavírus foram a compra de equipamentos médicos, como respiradores, para o hospital local, além da distribuição de álcool em gel e da organização de filas em pontos de aglomeração, como agências bancárias. (Magson Gomes/Especial para o EM)
 
  

Divinópolis em alerta constante

 
Portal Gerais

Com 47% dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ocupados, Divinópolis, cidade-polo da macrorregião Oeste, faz monitoramento constante para traçar estratégias de enfrentamento à COVID-19. Das 134 vagas disponíveis, 63 estavam preenchidas até ontem, por pacientes com causas variadas.

A maior fatia de leitos corresponde à rede particular, 78, com 38 ocupações. O Sistema Único de Saúde (SUS) responde pelos 56 restantes, e está com 25 pacientes internados. Das internações, 16 são de pessoas com quadro clínico para o novo coronavírus. O número é referente a moradores de Divinópolis e de outros municípios do Centro-Oeste.

Apesar de ser referência para 54 cidades do Centro-Oeste, Divinópolis é porta de acesso em COVID-19 na rede pública de seis: Perdigão, Araújos, São Sebastião do Oeste, São Gonçalo do Pará, Carmo do Cajuru e Cláudio. Juntos, essas cidades contabilizam 122 casos confirmados da doença, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. Se considerados os boletins municipais, o número sobe para 135.

Apenas Divinópolis (119), Carmo do Cajuru (seis), São Sebastião do Oeste (sete) e Cláudio (três) têm pacientes testados para o novo coronavírus. As duas primeiras cidades contabilizam dois óbitos cada, conforme as secretariais municipais.

A divisão administrativa alivia as unidades hospitalares credenciadas ao SUS de Divinópolis, mas não deixa de gerar preocupação. “A gente tem a plena consciência de que, se a região entrar em colapso, e se a gente tiver folga nos nossos leitos, não há como negá-los”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Amarildo de Sousa. Dos 54 municípios da macrorregião, 18 têm confirmações da doença, ultrapassando os 170 casos, segundo a Saúde estadual.

ESTRATÉGIAS A macrorregião Oeste foi a primeira do estado a apresentar o plano de contingência de enfrentamento à COVID-19. O hospital de campanha instalado no estacionamento da unidade de pronto-atendimento (UPA), está em funcionamento com 40 leitos, sendo 20 de enfermaria e 20 de UTI.

Outros 40 leitos serão abertos na Clínica Bento Menni, para atendimento de baixa e média complexidade, caso necessário. A ala está em reforma, com investimento de R$ 80 mil, doados por uma cooperativa de crédito. Mesmo com a flexibilização das atividades econômicas, o secretário Amarildo de Sousa reforça a importância do isolamento social como principal ferramenta de prevenção. (Amanda Quintiliano especial para o EM) 
 
 
 
 


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