Da exigência do uso de máscaras para cobrir o nariz e a boca, e assim evitar contágio do coronavírus surge o novo comércio das ruas. Nas esquinas do Centro de Belo Horizonte, vendedores ambulantes enxergaram no enfrentamento à COVID-19 uma oportunidade para vender o acessório essencial de prevenção. Com estampas variadas e preços acessíveis, os comerciantes ainda conseguiram um meio de sobrevivência em meio ao desemprego.
O estudante de engenharia elétrica Mayk Rodrigues, de 25 anos, começou a vender balas, chicletes, água e refrigerante nas ruas depois de perder o emprego como eletricista em uma grande empresa. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, o produto teve que mudar. “Enfrentei com coragem o trabalho autônomo. Aproveitei a situação e agora estou ajudando o pessoal, vendendo um trabalho que ajuda na prevenção do novo problema que a gente tá enfrentando, de forma simples e honesta”, disse.
Mayke tenta acompanhar a tendência de estampas para agradar o mais diverso público. Ele compra as máscaras de costureiras conhecidas que fabricam o produto. Para as máscaras mais trabalhadas, ele pega desenhos da internet e manda fazer em uma gráfica, trabalho que eleva o valor agregado do produto. “O público feminino procura mais pelo rosa, mas temos também desenhos animados, de filme, de criança, dos Simpsons, do Capitão América”, exemplifica.
E a diversidade também está satisfazendo o público de Vitória Gomes, de 19 anos, que começou a vender as máscaras há pouco mais de uma semana e já está lucrando mais do que com os produtos que comercializava antes da pandemia. “Já vendi coxinha, panfletei, já fiz um ‘bocado’ de coisa na rua. Agora pensei em evoluir, né? Mais uma experiência agora, com esse coronavírus, tem me ajudado bastante trabalhar aqui”, disse a jovem ao mostrar a máscara campeã de vendas, com estampa camuflada.
Apesar de ajudar no bolso, o trabalho na rua também leva medo e apreensão. “Graças a Deus tá tendo muita venda aqui na rua, mas o medo é demais porque às vezes eles passam (fiscalização) e a gente tem que sair correndo com as nossas coisas”, conta Vitória.
O lucro assegurado pela comerciante ainda não foi garantido para outro vendedor, o Wanderson Silva, também de 19 anos. “Por enquanto, não começou a dar resultado”, conta. Acostumado a vender bala e pipoca, o rapaz começou a vender as máscaras nesta terça-feira (12), com esperança de arrecadar dinheiro para dar um fim às contas do mês. “Estou precisando de dinheiro, tenho que pagar aluguel”, disse.