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Estado de Minas COVID-19

Funed estuda eficácia da talidomida no tratamento do coronavírus

Segundo presidente da entidade, literatura médica aponta possíveis benefícios do medicamento no combate à COVID-19


postado em 13/05/2020 18:06 / atualizado em 13/05/2020 19:24

Funed deve produzir cerca de 5,6 milhões de comprimidos da talidomina em 2020.(foto: Jota Santos/Imprensa MG)
Funed deve produzir cerca de 5,6 milhões de comprimidos da talidomina em 2020. (foto: Jota Santos/Imprensa MG)
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) estuda a viabilidade da utilização da talidomida, medicamento utilizado para tratar pacientes de hanseníase, no enfrentamento ao novo coronavírus. Nesta quarta-feira, o presidente da Funed, Maurício Abreu Santos, disse que há evidências de uma possível eficácia da substância. Ele abordou o assunto durante reunião com deputados estaduais.

“Há relatos e literaturas que demonstram uma certa eficácia da talidomida no tratamento da COVID-19”, pontuou. De acordo com ele, a instituição tem baseado as pesquisas, também, em estudos sobre o tema. A Funed é a única instituição a produzir o medicamento no Brasil e, segundo Maurício, deve repassar, neste ano, cerca de 5,6 milhões de comprimidos ao governo federal. Além da hanseniase, a talidomida é indicada para tratar casos de anemia, lúpus, mieloma múltiplo e úlcera aftoide.

A talidomida esteve no centro de uma polêmica entre os anos 1950 e 1960, quando foi apontada como a causa de deformidades em crianças. A substância era utilizada durante a gravidez para conter enjoos. Pediatras começaram a relacionar o remédio às malformações.

Em seu site, a Funed explica o protocolo destinado aos usuários da talidomida. Para receber o medicamento, os pacientes precisam apresentar, além da prescrição médica, um termo de consentimento e esclarecimento assinado pelo profissional de saúde responsável por receitar a substância.

Laboratório de campanha

A rede de laboratórios públicos comandada pela Funed conta com a participação de instituições como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Fundação Hemominas e o Instituto René Rachou, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Outras entidades, como a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), ainda não foram autorizadas a iniciar as análises.

Quando estiver completo, o grupo terá capacidade de analisar cerca de 2 mil exames diariamente. A Funed cogita instituir um laboratório de campanha para centralizar e acelerar a liberação dos resultados

“Essas amostras entram na Funed e passam por alguns laboratórios para que sejam processadas. A intenção é centralizar as análises em um único laboratório”, destacou. 

Até o último dia 11, a Funed recebeu 16.621 testes para o coronavírus. Os resultados de 14.924 deles já foram disponibilizados. A diretoria da fundação tem se reunido diariamente para debater a capacidade produtiva dos laboratórios.

Soro para barrar o coronavírus

Os pesquisadores da fundação avaliam, também, a produção de um soro que possa atuar contra a COVID-19. De acordo com o presidente da Funed, a ideia parte da experiência da instituição na produção de antídotos para barrar efeitos causados por ataques de animais peçonhentos.

A eficácia da hidroxicloroquina também tem sido pauta dos estudos feitos pela Funed que, em parceria com a Fiocruz, sequenciou 40 genomas do coronavírus. O objetivo é entender o "caminho" percorrido pela infecção em Minas Gerais. 


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