A chegada ao Expominas, sob isolamento policial e circulação de militares com máscaras sanitárias, já mostra que tudo mudou. A atmosfera costumeira do local - destinado a festas de formatura e eventos como o Minas Trend Preview - deu lugar à quietude. Entre o silêncio e uma sensação estranha, paira a perturbadora iminência de uma guerra.
Ali, no bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, foi erguido o primeiro Hospital de Campanha de Minas Gerais, com 768 vagas para pacientes do Sistema Único de Saúde. Quando entrar em funcionamento, será o segundo maior em oferta de leitos no estado.
O Estado de Minas teve acesso exclusivo aos pavilhões para produzir um documentário imersivo, com imagens em 360 graus, sobre o hospital (veja abaixo). Mostramos a estrutura e como se dará a divisão do espaço hospitalar, além de detalhes como a rede Wi-fi: conforme protocolo internacional sobre a infecciosidade do coronavírus, visitas não serão permitidas e o contato com familiares se dará por meio de tablets.
A perspectiva atual é que a unidade esteja preparada para o funcionamento a partir da primeira semana de junho. "Essa é justamente a previsão, no momento, para o pico da pandemia. O hospital vai ser inaugurado conforme demanda da rede pública de Saúde - quando a ocupação de leitos estiver perto do limite. O controle de COVID-19 em Minas tem sido bem sucedido, mas o hospital estará à disposição, caso seja necessário", explica o capitão Tiago Marcoline, diretor de custos do Hospital da Polícia Militar, que atuou na montagem, preparação e definição dos fluxos de trabalho da unidade.
O Hospital de Campanha em BH
Ponto a ponto
37 enfermarias
20 leitos em cada uma
Para tratamento de pacientes com quadros leves, confirmados ou com suspeita de COVID-19
Unidade de estabilização
28 leitos
Oferece sistema completo de gasoterapia, monitores e respiradores. Serão utilizados caso pacientes tenham piora, até que se consiga leito de UTI em outro hospital
Necrotério
Amplo galpão anexo ao Expominas, no Parque de Exposições, servirá de apoio para carretas com câmaras frigoríficas, à disposição caso haja necessidade
Wifi
Rede de internet sem fio vai permitir que pacientes entrem em contato com seus familiares por vídeo chamada, com suporte do serviço de assistência social
Recepção
A entrada do hospital está preparada para receber até 8 ambulâncias que trarão pacientes
Salas de admissão
Onde a equipe médica vai conferir condições e sinais vitais e então transferí-lo para o leito
A estrutura
A área de 18 mil metros quadrados se divide em três pavilhões. A estrutura permite o particionamento que podem ajudar a fazer isolamento dos blocos, caso necessário
Previsão
O hospital estará pronto na primeira semana de junho, com pessoal, material e insumos suficientes para abrir o primeiro bloco, com 80 vagas de enfermaria e 10 vagas de estabilização, no bloco vermelho. A abertura vai ser gradual, conforme a evolução da pandemia.
Custo
R$ 5,3 milhões (Total)
R$ 4,5 milhões por meio de parcerias e doações financeiras
R$ 800 mil em investimento público