O Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, afirmou nesta quinta-feira (14) que reconhece a qualidade das análises produzidas nas federais de Ouro Preto e Minas Gerais, que alertam para perigo da flexibilização do isolamento social no estado diante da subnotificação de casos de COVID-19, decorrente da baixa testagem. Entretanto, na contramão dessa mesma literatura científica, considera que os indicadores utilizados pelo governo para medir a extensão da pandemia - ocupação de leitos de UTI e incidência de quadros respiratórios graves - são confiáveis e garantem a segurança da execução do programa Minas Consciente. Em vigor desde 30 de abril, a iniciativa fixa protocolos para a retomada gradual das atividades econômicas nos municípios mineiros.
Leia Mais
Rede estadual volta às aulas sem provas, com imbróglio judicialCOVID-19 em Minas: já são 139 mortos; estado passa a contar recuperados Nove argumentos científicos contra a flexibilização do isolamento COVID-19: Projeto inédito de testagem em massa mapeia pandemia em BetimCoronavírus em Minas: 161 mortos; quase 4,7 mil infectadosCorpo de mulher é encontrado no Rio Arrudas sem a cabeça e sem os braços COVID-19 atinge mais de um terço das cidades mineirasAmaral avalia que ainda não é o momento de iniciar os exames em larga escala - método que consta na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) de critérios a serem cumpridos antes do afrouxamento da quarentena. De acordo com o secretário, a técnica ainda está sendo estudada por suas equipes, levando em conta sobretudo a limitada disponibilidade de kits no país.
Na visão do chefe da pasta da Saúde, o programa Minas Consciente não trata da flexibilização do isolamento social, mas do que ele chamou de “coordenação” e “adequação da medida. “O que nós queremos é que os municípios se atenham ao programa, prestem atenção às nossas ondas, para que possamos ter medidas adequadas, dimensionamento de leitos adequado”, ressaltou.
Pico
Nova projeção realizada pela secretaria de Saúde aponta que o pico da pandemia em Minas Gerais foi adiado para 9 de junho - um dia mais em relação à previsão anterior. O prognóstico do total de infectados no estado inclui dois cálculos: o “padrão Brasil”, com 2.916 casos confirmados, e o “padrão Minas Gerais”, significativamente menor, com 2.046 infecções.
A projeção de ocupação de leitos mineiros de terapia intensiva segue a mesma linha: 1,6 mil no padrão Brasil e de 1.140 no padrão Minas Gerais.