Criticado por grupos de empresários por manter o isolamento social em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) se defendeu em entrevista na tarde desta segunda-feira. O chefe do Executivo municipal disse que as decisões sobre o combate ao novo coronavírus na capital mineira se baseiam em ciência e não em “achismos”.
“Nós temos um rumo, que é a ciência. Se a ciência falar comigo que, ao invés de abrir (o comércio), é (necessário) lockdown em Belo Horizonte, então (decretarei) lockdown em Belo Horizonte. Eu concordo com quem acha. Eu só não pratico o achismo”, disse.
Kalil tem sido alvo de parcelas da população que questionam a ciência e criticam o isolamento social amplo, embora essa seja a medida mais efetiva para conter o avanço do vírus. Nesse domingo, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fizeram carreata em BH para pedir a reabertura do comércio e aproveitaram para pedir a saída do prefeito.
A previsão é que a reabertura gradual do comércio belo-horizontino se inicie na próxima segunda-feira, dia 25 de maio. O cumprimento da data, porém, depende de avaliação de especialistas que integram o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 em BH, que darão parecer sobre o tema nesta sexta-feira (22).
"Eu quero dizer que a população de Belo Horizonte mais uma vez que ninguém, absolutamente ninguém, quer reabrir a cidade mais do que eu", disse Kalil, reforçando a necessidade de cumprir à risca as recomendações dos especialistas para que a propagação do vírus seja contida.
"Quero avisar para a população de BH que o que estou fazendo é um ato de carinho, responsabilidade, que um gestor deve fazer à população que carinhosamente foi às eleições e o elegeu, teve o trabalho de ir lá e apertar o número dele. Eu tenho responsabilidade, cuidado e muito carinho com este povo", afirmou o prefeito.
Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), Belo Horizonte registra 1.189 pessoas que testaram positivo para COVID-19. Dessas, 31 morreram.