Os supermercados, as igrejas e até as padarias estão fechadas. A cidade de Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, amanheceu quase totalmente vazia neste sábado (23). Apenas as farmácias e os postos de combustíveis estão funcionando. Na rua, poucas pessoas circulam. Isso porque a prefeitura da cidade decretou o lockdown - bloqueio total - na cidade neste fim de semana. A medida é uma reação ao aumento de 273% de casos de COVID-19 em 24 horas.
Consta no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que a cidade, que fica há 63 quilômetros da capital mineira, tem 20.143 habitantes. Pelos cálculos do prefeito, frequentadores eventuais somariam mais 10 mil à comunidade. Dados do último informe epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde apontam que o município tem 73 infectados. Desses, 10 apresentaram sintomas e 63 não. O total de notificados é de 151, sendo 93 homens e 58 mulheres.
Segundo a administração municipal, a medida será aplicada apenas aos fins de semana - neste e no próximo. Mas, não está descartado, contudo, prorrogar o bloqueio por mais tempo, caso a pandemia de coronavírus permaneça avançando na cidade, que não tem leitos de CTI e conta com apenas três respiradores, disponíveis no hospital filantrópico.
Às 8h30 da manhã, quando a reportagem do Estado de Minas chegou até a cidade, apenas dois homens circulavam próximo à Matriz Nossa Senhora da Conceição, no Centro da cidade. Os dois - um usando máscara de proteção e o outro não - pintavam tranquilamente dois postes com uma tinta azul. São eles Paulo Rodrigues, de 38 anos e Rogério Adriano Marques, de 35. “É nossa contribuição voluntária para a igreja. Estamos apenas dando alguns retoques”, disse Paulo, mas, logo completa: “estamos tomando todos os cuidados necessário.”
Consta no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que a cidade, que fica há 63 quilômetros da capital mineira, tem 20.143 habitantes. Pelos cálculos do prefeito, frequentadores eventuais somariam mais 10 mil à comunidade. Dados do último informe epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde apontam que o município tem 73 infectados. Desses, 10 apresentaram sintomas e 63 não. O total de notificados é de 151, sendo 93 homens e 58 mulheres.
Segundo a administração municipal, a medida será aplicada apenas aos fins de semana - neste e no próximo. Mas, não está descartado, contudo, prorrogar o bloqueio por mais tempo, caso a pandemia de coronavírus permaneça avançando na cidade, que não tem leitos de CTI e conta com apenas três respiradores, disponíveis no hospital filantrópico.
Às 8h30 da manhã, quando a reportagem do Estado de Minas chegou até a cidade, apenas dois homens circulavam próximo à Matriz Nossa Senhora da Conceição, no Centro da cidade. Os dois - um usando máscara de proteção e o outro não - pintavam tranquilamente dois postes com uma tinta azul. São eles Paulo Rodrigues, de 38 anos e Rogério Adriano Marques, de 35. “É nossa contribuição voluntária para a igreja. Estamos apenas dando alguns retoques”, disse Paulo, mas, logo completa: “estamos tomando todos os cuidados necessário.”
Rogério disse se preocupar pois mora com a mãe que faz parte do grupo de risco. “A parte boa é que hoje não vi quase ninguém. Em sábados comuns, em volta da igreja, estaria lotado de gente”, acrescenta o pintor mais novo.
Mas, grande parte moradores da cidade ficaram em casa. O clima é de apreensão. Mas, há quem se arrisque. A doméstica Marlene dos Santos, de 42 anos, foi até Igreja Imaculada Conceição para regar as plantas. "Eu vim só para regar as plantas, mas logo já estou em casa. Achei importante o fechamento da cidade e eu nunca vi Jaboticatubas tão vazia", disse ela. Ela acredita que o medo motivou as pessoas a respeitar as medidas de segurança: "é difícil, mas necessário. Temos medo, número aumentou muito rápido." Algumas pessoas circulavam a pé sem o uso da máscara de proteção.
Duas horas depois, o movimento na cidade aumentou. Mesmo com as lojas fechadas, o número de carros quase que dobra. Muitas motos buscam alimento para entrega nos sacolões fechados. Um senhor com mais de 65 anos chama a atenção andando tranquilamente à cavalo próximo à praça da cidade. Ele não usava máscara. Mas, logo que viu a reportagem comentou. “É, vou colocar a máscara”, disse, um pouco envergonhado. Já no ponto do mototáxi o movimento é bem baixo. Ildeu dos Santos Araújo, de 53, disse que - de fato - as pessoas começaram a respeitar. “Fiquei a manhã toda sem atender”, disse. “Mas, eu entendo e acho importante que as pessoas fiquem em casa para que a doença não se espalhe ainda mais. Se não fechar, vai só piorar”, disse.
Perto dali, há pelo menos três farmácias e um posto de gasolina. “E como está o movimento em um dos poucos estabelecimentos abertos?”, perguntou a reportagem à uma das funcionárias da farmácia. A atendente responde: “está bem fraco. Mas, há quem passe aqui apenas para comprar uma lixa de unha ou um shampoo.” Ela relata que também houve quem foi buscar algum tipo de remédio na farmácia. Carros de som anunciam os cuidados necessários contra o novo coronavírus na região. Também destaca que grande parte dos contaminados não apresentaram sintomas e, por isso, todo o cuidado é pouco. Além do mais, três equipes da prefeitura circularam pela cidade. No meio da manhã, uma igreja e um salão de beleza foram fiscalizados. Ambos obedeceram a ordem e fecharam as portas.
Barreiras sanitárias A cidade é pequena e a grande preocupação é com os turistas e moradores de condomínios próximos dalí. As divisas, a princípio, não foram fechadas. Quando a reportagem passou pelo local, uma blitz orientava os motoristas. Mas, não havia medidores de temperatura ou restrições.
O professor de matemática Luiz Felipe de Melo, de 23, aprova todas as medidas adotadas pela prefeitura para a proteção dos moradores. "Foi crucial porque, infelizmente, nós tivemos um surto na cidade. O que mais preocupa é o fato da grande maioria das pessoas está assintomática. Mas, tudo que deveria está sendo feito. E, agora, os moradores da Jaboticatuba acordaram”, afirma. Entretanto, ele acredita que as barreiras sanitárias poderiam ser instaladas para o maior controle.
“É muito comum ver carros de outra cidade. Sábado passado, tinha dezenas de Vespasiano, Belo Horizonte e Sete Lagoas. Na região, há muitos condomínios, muitos sítios", afirma. Mas, ressalta que todas as cachoeiras estão fechadas desde o início do isolamento social.
O secretário de governo Rafael Lucas informou que estuda a implementação dessa medida. “Ainda não implementamos as barreiras sanitárias pois temos um problema complexo na MG-10. Isso porque a via dá acesso à outros municípios”, disse. Além disso, ele alega a falta do número de pessoas necessário para que os carros sejam fiscalizados. “Estamos avaliando uma forma de fazer”, disse.
Mas, grande parte moradores da cidade ficaram em casa. O clima é de apreensão. Mas, há quem se arrisque. A doméstica Marlene dos Santos, de 42 anos, foi até Igreja Imaculada Conceição para regar as plantas. "Eu vim só para regar as plantas, mas logo já estou em casa. Achei importante o fechamento da cidade e eu nunca vi Jaboticatubas tão vazia", disse ela. Ela acredita que o medo motivou as pessoas a respeitar as medidas de segurança: "é difícil, mas necessário. Temos medo, número aumentou muito rápido." Algumas pessoas circulavam a pé sem o uso da máscara de proteção.
Duas horas depois, o movimento na cidade aumentou. Mesmo com as lojas fechadas, o número de carros quase que dobra. Muitas motos buscam alimento para entrega nos sacolões fechados. Um senhor com mais de 65 anos chama a atenção andando tranquilamente à cavalo próximo à praça da cidade. Ele não usava máscara. Mas, logo que viu a reportagem comentou. “É, vou colocar a máscara”, disse, um pouco envergonhado. Já no ponto do mototáxi o movimento é bem baixo. Ildeu dos Santos Araújo, de 53, disse que - de fato - as pessoas começaram a respeitar. “Fiquei a manhã toda sem atender”, disse. “Mas, eu entendo e acho importante que as pessoas fiquem em casa para que a doença não se espalhe ainda mais. Se não fechar, vai só piorar”, disse.
Perto dali, há pelo menos três farmácias e um posto de gasolina. “E como está o movimento em um dos poucos estabelecimentos abertos?”, perguntou a reportagem à uma das funcionárias da farmácia. A atendente responde: “está bem fraco. Mas, há quem passe aqui apenas para comprar uma lixa de unha ou um shampoo.” Ela relata que também houve quem foi buscar algum tipo de remédio na farmácia. Carros de som anunciam os cuidados necessários contra o novo coronavírus na região. Também destaca que grande parte dos contaminados não apresentaram sintomas e, por isso, todo o cuidado é pouco. Além do mais, três equipes da prefeitura circularam pela cidade. No meio da manhã, uma igreja e um salão de beleza foram fiscalizados. Ambos obedeceram a ordem e fecharam as portas.
Barreiras sanitárias A cidade é pequena e a grande preocupação é com os turistas e moradores de condomínios próximos dalí. As divisas, a princípio, não foram fechadas. Quando a reportagem passou pelo local, uma blitz orientava os motoristas. Mas, não havia medidores de temperatura ou restrições.
O professor de matemática Luiz Felipe de Melo, de 23, aprova todas as medidas adotadas pela prefeitura para a proteção dos moradores. "Foi crucial porque, infelizmente, nós tivemos um surto na cidade. O que mais preocupa é o fato da grande maioria das pessoas está assintomática. Mas, tudo que deveria está sendo feito. E, agora, os moradores da Jaboticatuba acordaram”, afirma. Entretanto, ele acredita que as barreiras sanitárias poderiam ser instaladas para o maior controle.
“É muito comum ver carros de outra cidade. Sábado passado, tinha dezenas de Vespasiano, Belo Horizonte e Sete Lagoas. Na região, há muitos condomínios, muitos sítios", afirma. Mas, ressalta que todas as cachoeiras estão fechadas desde o início do isolamento social.
O secretário de governo Rafael Lucas informou que estuda a implementação dessa medida. “Ainda não implementamos as barreiras sanitárias pois temos um problema complexo na MG-10. Isso porque a via dá acesso à outros municípios”, disse. Além disso, ele alega a falta do número de pessoas necessário para que os carros sejam fiscalizados. “Estamos avaliando uma forma de fazer”, disse.
Não se sabe muito bem como o vírus entrou na cidade e fez com que os números aumentassem dessa forma. Mas, conforme o Estado de Minas mostrou nessa sexta-feira o secretário de governo Rafael Lucas informou que a disparada de casos de COVID-19 em Jaboticatubas - 19 para 71 em um dia - foi causada por colaboradores da empreiteira Cobra Brasil, instalados na localidade. Segundo o dirigente, a empresa, que faz parte do Consórcio Mantiqueira, ganhou uma licitação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), autarquia ligada ao governo federal, para a instalação de linhas de transmissão de energia por várias cidades da região, incluindo Jaboticatubas.
Rafael Lucas disse que a equipe mobilizada no projeto reúne 213 pessoas. Uma delas apresentou sintomas da virose e foi testada. Diante do diagnóstico positivo, a secretaria municipal de saúde decidiu aplicar o exame às 47 pessoas mais próximas do convívio do trabalhador. Treze delas teriam acusado a presença do vírus - todas assintomáticas."Foi aí que nós resolvemos quebrar o protocolo do Ministério da Saúde e testar todos os 213 trabalhadores. Achamos, no total, 63 infectados. Apenas um deles com sintomas", esclareceu Rafael Lucas. O prefeito Eneimar Marques diz que, tão logo soube da situação, baixou um decreto suspendendo as atividades da empreiteira. Em relação ao dia de ontem, Rafael afirma: “acho que foi muito bom. Os comércios não foram abertos e as pessoas respeitaram o decreto. Então, o nosso objetivo foi alcançado”.