Jornal Estado de Minas

Alívio

Coronavírus: cabeleireiros e salões de beleza reabrem as portas em BH

Na foto, Arthur corta o cabelo (foto: Edésio Ferreira/EM/D. A Press)
 Cabeleireiros , manicures e pedicures voltaram a abrir as portas na manhã desta segunda-feira (25). Quatro salões que ficam na Rua Major Lopes, no Bairro São Pedro, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, por exemplo, reabriram logo cedo. André Bretas, de 45 anos, correu para o salão e foi um dos primeiros clientes. "Foram três meses sem cortar cabelo. Minha esposa tentou até dar um tapinha, mas vim consertar", contou ele, brincando.


André concorda com a abertura gradual do comércio considerado não essencial. "Não pode abrir tudo de uma vez. Achei uma boa medida. Mas, com todo cuidado", disse. Na porta do salão Vagalume, um galão de álcool em gel estava disponível aos clientes. Funcionários também orientam sobre o uso da máscara obrigatória. "Estamos felizes com a retomada. Ficamos fechados e atendendo à domicilio. Agora, estamos de volta", afirma a sócio-proprietária Elizabeth Ferreira.

Ela afirma que o salão tem capacidade de atender 30 pessoas por vez. Mas, vai passar a fazer um agendamento com maior distanciamento entre os horários para não causar aglomeração.

Logo ao lado, fica o Salão Pedrinho. Foi lá que a agente de viagens Ana Belmira Piacezzi, de 37, levou o filho pequeno Arthur, de 2, para cortar o cabelo. "Ele faz dois anos hoje, por isso, veio cortar cabelo. Ele está sem cortar desde fevereiro. Eu já estava desesperada", contou, rindo. Belmira disse que agendou assim que soube da reabertura. "O cabelo estava enorme", completou.

Guilherme e João Vítor nos preparativos para abrir loja de roupas e barbearia (foto: Edésio Ferreira/EM/D. A. Press)
A proprietária do Salão Pedrinho, Wanessa Máximo, conta que os clientes já voltaram a ligar para agendar um horário. "Muita gente já começou". conta.

Ela destaca que além da exigência da máscara e do uso do álcool em gel não está permitido fila de espera. O cliente deve chegar e apenas se sentar na cadeira para fazer o corte. O agendamento ocorre de uma em uma hora. Ela ainda garante que será feita a higienização do espaço entre os clientes.


Os brinquedos para a criançada, que antes eram oferecidos pelo salão, foram desmontados. "A reabertura é importante. Ficamos mais de dois meses completamente parados. Temos contas para pagar", acrescenta.

 

Um outro salão que funciona junto a uma loja de roupas, na Avenida do Contorno, no Centro, também se preparou para a reabertura. Por volta das 10h, Guilherme Barreiros, de 35, e João Vítor, de 20, limpavam as lojas para receber os clientes novamente. Guilherme, dono dos dois empreendimentos, contou que mal via a hora de reabrir as portas junto com o parceiro, que é cabeleireiro na barbearia.

 

"Foi muito difícil, a gente não aguentava mais ficar em casa e ver as contas vindo. Outros três cabeleireiros deixaram de trabalhar com a gente e estávamos atendendo em casa, sem abrir as portas para venda. Já tínhamos sofrido com as chuvas do início do ano, que inundaram e molharam algumas roupas, agora foi o Corona. Mas vamos ver como vai ser, não tem como ter alguma expectativa, mas tomara que dê tudo certo e todo mundo consiga recuperar de boa", contou Guilherme.


A reabertura A prefeitura distinguiu os possíveis níveis de abertura do comércio em seis etapas. As quatro últimas se referem a cenários em que os estabelecimentos considerados não essenciais podem reabrir gradativamente, até uma eventual liberação total.


Agora esta é fase 1
, na qual poderão abrir as portas estabelecimentos que, na avaliação dos especialistas da PBH, têm menor potencial de gerar aumento significativo na circulação de pessoas na cidade. Os horários de funcionamento foram estabelecidos previamente, com o objetivo de diminuir aglomerações no transporte público.  Essa fase tem previsão de durar duas semanas. 

Além dos cabeleireiros, manicures e pedicure, também passaram a estar liberados a partir de 7h os comércios de artigos de bomboniere e semelhantes. A unidade da Cacau Show, que fica na Avenida Getúlio Vargas, na Savassi, Região Centro-Sul de BH, reabriu às 8h30 nesta segunda-feira. "Vamos manter o horário de funcionamento normal da loja, que é a partir de 8h30", disse a funcionária Ângela Leonardo de Freitas, de 31.

Ela defende a reabertura. "Todos nós já sabemos como nos cuidar. Agora, é tomar cuidado e retomar as atividades. Porém, temo que as orientações não sejam respeitadas", disse. Na porta, foi colocado um barbante que fecha a entrada e orienta o uso obrigatório de máscara e de álcool em gel. Das 8h30 até às 10h, apenas uma cliente foi até a loja. "Movimento bem fraco", acrescentou.



 

NORMAS Algumas das regras listadas pela prefeitura como condição para retomada da atividade comercial já estão previstas em decretos anteriores do prefeito Alexandre Kalil. Vale destacar: As lojas devem oferecer meios para higienização das mãos a qualquer momento, dependendo da atividade, inclusive antes e depois de usar máquinas de cartão. Para evitar aglomerações, deve ser mantida área útil mínima de cinco metros quadrados por pessoa, incluindo trabalhadores, com apenas um cliente por vendedor.  Também ficou estabelecido que o comércio não pode adotar “atividades e/ou promoções que induzam aglomerações dentro e fora do estabelecimento”. 

Trabalhadores com mais de 60 anos, gestantes, em tratamento quimioterápico, em uso de medicamentos imunossupressores, imunosuprimidos, diabéticos, hipertensos com avaliação médica, asmáticos e com doença pulmonar crônica deverão permanecer em casa, segundo a prefeitura. E os que apresentarem sintomas gripais, devem se afastar imediatamente por no mínimo 14 dias.