Em 2020, Minas Gerais registrou acréscimo de 713,7% nos casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), quadro mais grave decorrente de doenças pulmonares, como a COVID-19. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a principal suposição para justificar o incremento em relação ao mesmo período de 2019 é uma mudança generalizada de comportamento dos profissionais de saúde.
Até a 21ª semana epidemiológica deste ano, foram notificados 11.777 casos de SRAG em Minas Gerais. No mesmo período de 2019, eram 1.650 notificações. A quantidade de mortes por SRAG passou de 209 em 2019 para 1.499 em 2020, um acréscimo de 717,2%. Os dados são do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe).
O documento leva os nomes do governador Romeu Zema (Novo) e do secretário de saúde do estado, Carlos Eduardo Amaral. Os dois são os principais responsáveis no processo de enfrentamento à pandemia em Minas Gerais.
Na prática, a SES cogita que a “hipersensibilização” faz com que profissionais de saúde notifiquem, em 2020, casos de síndromes respiratórias que não necessariamente seriam registradas em 2019.
“Comumente observa-se na Vigilância em Saúde a relação entre aumento da sensibilização dos profissionais com o aumento de casos notificados e diminuição da especificidade. Tal situação gera uma limitação na comparação de informações entre anos”, lê-se no boletim.
O aumento nos registros de SRAG também sugere grande subnotificação da COVID-19 em Minas Gerais. Nessa terça-feira, o próprio governo estadual admitiu estimar que para cada caso de coronavírus registrado nas estatísticas oficiais, há dez que não foram identificados.
Nesta quarta-feira, a SES divulgou que oficialmente há 8.011 casos de coronavírus no estado. Desses, 240 evoluíram para óbitos.