
Intitulado “denúncia da saúde”, o vereador postou: “Em Divinópolis estão fazendo farra com seu dinheiro. Itens caros totalmente desnecessários foram comprados pela prefeitura. Vou escancarar tudo”. Entretanto, nenhum produto foi listado por ele.
Desde o início da pandemia e a publicação do decreto de calamidade pública – que permite compras sem licitação, o município gastou R$3,4 milhões, segundo a assessoria de comunicação. A maior fatia foi com a abertura de leitos no hospital de campanha, cerca de R$2,9 milhões. O restante foi dividido entre contratação de pessoal, equipamentos de proteção e material para desinfeção.
Um dos valores que chamou a atenção foi a aquisição de 100 termômetros no valor aproximado de R$44 mil. Dentre os produtos adquiridos também estão 250 sacos para manejo de corpos e a locação de um contêiner refrigerado, os valores de cada um não foi especificado. O vereador disse que só irá entrar em detalhe sobre o que chamou de “farra” após estar com todos os documentos em mãos.
“Não será acovardado”

Destacou que o mandato dele “não será diminuído ou acovardado por pressão do sistema” e que não irá temer “boletins de ocorrência e ameaças”. Finalizou enfatizando que não permitirá “que transformem o período pandêmico em oportunidade para gastarem o dinheiro público como quiserem”.
“Interesses politiqueiros”

“Tal posicionamento se torna necessário diante da irresponsabilidade com publicações nas redes sociais que demonstram desconhecimento de um tema tão importante ou mesmo uma ação pautada por interesses meramente politiqueiros”, afirmou.
A administração nega superfaturamento e “farra”. Alega que “todas as compras feitas estão devidamente justificadas e amplamente divulgadas no Portal da Transparência”. Diz que alguns dos itens que estão sendo comprados ou contratados, dentre eles sacos de manejo para óbitos e contêiner refrigerado, foram, acertadamente, recomendados pelo protocolo de combate a Covid-19 do Governo de Minas Gerais.
“Como cidade referência no atendimento dos municípios da região, Divinópolis tem que, legalmente, dispor desses equipamentos, como bem sabem todos aqueles que, verdadeiramente, se preocupam com o assunto, vereadores ou não”, finaliza a nota.
O secretário disse que não irá comentar o caso. Afirmou que foi uma representação pessoal e que aguardará ir para justiça.
Amanda Quintiliano especial para o EM