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Vereador quer tornar celebrações religiosas como 'essenciais' em Divinópolis

Cultos estão suspensos desde o final de março na cidade; Marcos Vinícius, que também é pastor, alega que restrição privou fiéis de 'atendimento pastoral'


postado em 28/05/2020 12:49 / atualizado em 28/05/2020 13:00

Vereador Marcos Vinícius, que também é pastor, defende a volta de celebrações religiosas em Divinópolis(foto: Douglas Assis/CMD)
Vereador Marcos Vinícius, que também é pastor, defende a volta de celebrações religiosas em Divinópolis (foto: Douglas Assis/CMD)
Um vereador de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, quer tornar como atividades essenciais as celebrações religiosas, independente de decretos de calamidade pública. O anteprojeto foi apresentado ao prefeito Galileu Machado (MDB) por Marcos Vinícius (DEM), que também é pastor, com a argumentação de que as igrejas exercem controle social e que fé e ciência devem atuar em harmonia.

Os cultos estão suspensos na cidade desde o final de março, quando foram adotadas as primeiras medidas de enfrentamento à COVID-19. Uma matriz para retomada de todas as atividades na cidade deve ser apresentada até a próxima semana pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). Entretanto, tanto as celebrações como as aulas devem ser as últimas a serem normalizadas.

O vereador tratou a proposta como prerrogativa do prefeito e, por isso, não protocolou diretamente o projeto na Câmara Municipal. Entre os vários considerandos, ele alega que o fechamento repentino das igrejas privou os fiéis do “atendimento pastoral”. Afirmou também que elas prestam “relevantes serviços assistenciais”.

O parlamentar baseia a iniciativa no decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tornou as atividades religiosas como serviços essenciais. Porém, abriu a ressalva de que a permanência delas deve obedecer determinações do Ministério da Saúde

O anteprojeto vem com uma tentativa de forçar a liberação dos cultos na cidade. Ao ser considerada atividade essencial, as restrições impostadas até o momento poderão ser suspensas. “A celebração dos cultos e missas presenciais não é mais danosa que aglomeração nas academias, filas nos bancos, supermercado e em vários outros segmentos sociais”, argumenta. O vereador listou uma série de medidas preventivas.

Dentre elas, o uso obrigatório de máscaras, disponibilização de álcool em gel, distanciamento mínimo de um metro e meio entre as pessoas. “A liturgia do culto acontecerá de forma a não permitir contato físico, como abraços, aperto de mãos e outros”, menciona. Os fiéis integrantes dos grupos de riscos deverão ser orientados a permanecerem em casa. Os locais das celebrações serão higienizados.

Nova reunião


Uma videoconferência está prevista para esta sexta-feira (29) com a participação de líderes religiosos, técnicos de saúde e o secretário municipal da pasta, Amarildo de Sousa. A reunião online deverá dar o pontapé para planificar a flexibilização das celebrações. “Antes de reabrir vamos tratar da qualificação dos pastores, líderes religiosos para orientar as pessoas a como se comportarem seguindo todas as recomendações de prevenção”, afirmou. Ainda não existe uma data pré-estabelecida para este retorno.

Drive culto


No início de maio, o vereador foi levado para a delegacia após descumprir as recomendações da Secretaria Municipal de Saúde e realizar um “drive culto”. Sem alvará, a estrutura foi montada em cima de um caminhão. Mesmo com orientações dos organizadores para ficarem dentro do carro, fiéis se aglomeraram na rua.

Na época, ele alegou que todas as medidas de segurança foram observadas. Tratou a suspensão como “preconceito e discriminação” e afirmou que beirava a “intolerância religiosa”. Marcos Vinícius foi ouvido e liberado no mesmo dia na delegacia de Polícia Civil. Um procedimento investigatório foi instaurado para apurar o caso.


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