Jornal Estado de Minas

Hotéis são reclassificados como serviço essencial em MG; veja regras de funcionamento


O setor de hotelaria agora faz parte do rol de serviços essenciais - a onda verde - do programa Minas Consciente. Lançado em 30 de abril pelo estado, o projeto define protocolos sanitários para retomada gradual da economia nos municípios. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (28) pelo Secretário-Adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.



Com a mudança, as cidades que aderiram ao Minas Consciente - 87 até o momento, segundo Passalio - poderão ter seus hotéis reabertos já na primeira etapa de implantação da iniciativa. De acordo com o secretário, o governo reconheceu a significativa demanda gerada pela pandemia para hospedagens sobretudo de profissionais de saúde e, assim, reviu a decisão de manter as empresas fechadas até que o surto global alcançasse maior estabilidade.  



"Antes, havia preocupação com o turismo e, como os hotéis estão muito ligados a essa área, estavam na onda roxa, dos setores com abertura ainda a definir. Mas, com o tempo, a população está aprendendo, e há uma cultura do isolamento", completou. 

Negócios 'na UTI'

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (ABIH-MG) ressalta o papel da hotelaria no enfrentamento da epidemia vê a decisão do estado como oportuna.

"Os hotéis já vinham sendo utilizados em diversas cidades como equipamento de enfrentamento à COVID-19. Vínhamos recebendo alguns médicos e alguns profissionais que tinham que ficar longe da família. Oportunamente, passou de alto risco para baixo risco", ponderou a diretora Patrícia Coutinho.


As perspectivas de sobreviência do setor seguem pessimistas. Em abril, a entidade registrou fechamento de 32% dos hotéis em Belo Horizonte e 65% das mais de 3.900 estabelecimentos em Minas. A previsão, na época, era de demissão de 4.500 funcionários -  1.800 só na capital. A ABIH-MG avalia que a decisão anunciada hoje pelo Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico não terá impacto significativo na situação das empresas do segmento. 



Regras

Em  que pesem as mudanças na concepção do governo estadual sobre os hotéis o prefeito pode limitar ou mesmo suspender o funcionamento dos estabelecimentos, se julgar necessário. O Minas Consciente, em todo caso, condiciona a reabertura do setor hoteleiro ao cumprimento de critérios de segurança para evitar a propagação do novo coronavírus. Entre as principais normas descritas no programa, constam: 

  • redução de 50% da capacidade total de hospedagem,
  • suspensão do serviço de entrega e retirada de bagagens,
  • restrição da circulação nos elevadores a uma pessoa por vez, 
  • só o próprio hóspede pode trocar sua roupa de cama,
  • as efeições só poderão ser fornecidas por meio do serviço de quarto
  • após se alimentar, o cliente precisa lacrar os utensilios que utilizou em um saco plástico e acondicioná-los em carrinhos do lado de fora de sua habitação. 
  • instalação de barreira de acrílico ou vidro na recepção,
  • disponibilização de álcool em gel 70% e máscaras para aos clientes recém-chegados
A reutilização de água - medida de sustentabilidade adotada em muitos hoteis - também deve ser suspensa. Ao serviço de traslado, foram feitas especificações como higienização dos veículos e redução de 50% dos passageiros. Hóspedes com suspeita de Covid-19 ou que tenham tido contato com pessoas infectadas não poderão ter contato com outros clientes. 

Decreto em BH

As medidas de isolamento social adotadas em Belo Horizonte não chegaram a fechar o setor hoteleiro. O prefeito Alexandre Kalil, porém, fixou regras para o segmento por meio do Decreto nº 17.356, publicado em 15 de maio no Diário Oficial do Município (DOM).

A norma proíbe o acesso a academias, piscinas e saunas. Os hóspedes precisam preencher formulários de check-in para informar se tiveram contato com pessoas contaminadas pela COVID-19 ou com suspeita de infecção. Em caso positivo, o hotel deve comunicar o fato à Secretaria Municipal de Saúde, a quem cabe orientar sobre sobre as medidas de isolamento social. 

A empresa também precisa disponibilizar aos clientes o material elaborado pelo município com informações sobre prevenção e tratamento da doença.