O setor de hotelaria agora faz parte do rol de serviços essenciais - a onda verde - do programa Minas Consciente. Lançado em 30 de abril pelo estado, o projeto define protocolos sanitários para retomada gradual da economia nos municípios. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (28) pelo Secretário-Adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.
"Muitos setores precisam de hotéis, médicos precisam viajar e prestadores de serviços essenciais também, assim como pessoas que fazem manutenção de equipamento médico", justificou o dirigente.
"Antes, havia preocupação com o turismo e, como os hotéis estão muito ligados a essa área, estavam na onda roxa, dos setores com abertura ainda a definir. Mas, com o tempo, a população está aprendendo, e há uma cultura do isolamento", completou.
"Os hotéis já vinham sendo utilizados em diversas cidades como equipamento de enfrentamento à COVID-19. Vínhamos recebendo alguns médicos e alguns profissionais que tinham que ficar longe da família. Oportunamente, passou de alto risco para baixo risco", ponderou a diretora Patrícia Coutinho.
As perspectivas de sobreviência do setor seguem pessimistas. Em abril, a entidade registrou fechamento de 32% dos hotéis em Belo Horizonte e 65% das mais de 3.900 estabelecimentos em Minas. A previsão, na época, era de demissão de 4.500 funcionários - 1.800 só na capital. A ABIH-MG avalia que a decisão anunciada hoje pelo Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico não terá impacto significativo na situação das empresas do segmento.
Negócios 'na UTI'
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (ABIH-MG) ressalta o papel da hotelaria no enfrentamento da epidemia vê a decisão do estado como oportuna."Os hotéis já vinham sendo utilizados em diversas cidades como equipamento de enfrentamento à COVID-19. Vínhamos recebendo alguns médicos e alguns profissionais que tinham que ficar longe da família. Oportunamente, passou de alto risco para baixo risco", ponderou a diretora Patrícia Coutinho.
As perspectivas de sobreviência do setor seguem pessimistas. Em abril, a entidade registrou fechamento de 32% dos hotéis em Belo Horizonte e 65% das mais de 3.900 estabelecimentos em Minas. A previsão, na época, era de demissão de 4.500 funcionários - 1.800 só na capital. A ABIH-MG avalia que a decisão anunciada hoje pelo Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico não terá impacto significativo na situação das empresas do segmento.
"A hotelaria está na UTI sem respirador. O congresso autorizou hoje a Medida Provisória 936, que permite a suspensão de trabalho. É um alívio, mas que na verdade é necessário mais esforços por parte do poder público. A gente não tem previsão de quando vamos receber e de quando o turismo vai voltar. Tem quem fale que a volta do turismo é só daqui 18 meses", analisa.
Regras
Em que pesem as mudanças na concepção do governo estadual sobre os hotéis o prefeito pode limitar ou mesmo suspender o funcionamento dos estabelecimentos, se julgar necessário. O Minas Consciente, em todo caso, condiciona a reabertura do setor hoteleiro ao cumprimento de critérios de segurança para evitar a propagação do novo coronavírus. Entre as principais normas descritas no programa, constam:
- redução de 50% da capacidade total de hospedagem,
- suspensão do serviço de entrega e retirada de bagagens,
- restrição da circulação nos elevadores a uma pessoa por vez,
- só o próprio hóspede pode trocar sua roupa de cama,
- as efeições só poderão ser fornecidas por meio do serviço de quarto
- após se alimentar, o cliente precisa lacrar os utensilios que utilizou em um saco plástico e acondicioná-los em carrinhos do lado de fora de sua habitação.
- instalação de barreira de acrílico ou vidro na recepção,
- disponibilização de álcool em gel 70% e máscaras para aos clientes recém-chegados
A reutilização de água - medida de sustentabilidade adotada em muitos hoteis - também deve ser suspensa. Ao serviço de traslado, foram feitas especificações como higienização dos veículos e redução de 50% dos passageiros. Hóspedes com suspeita de Covid-19 ou que tenham tido contato com pessoas infectadas não poderão ter contato com outros clientes.
Decreto em BH
As medidas de isolamento social adotadas em Belo Horizonte não chegaram a fechar o setor hoteleiro. O prefeito Alexandre Kalil, porém, fixou regras para o segmento por meio do Decreto nº 17.356, publicado em 15 de maio no Diário Oficial do Município (DOM).
A norma proíbe o acesso a academias, piscinas e saunas. Os hóspedes precisam preencher formulários de check-in para informar se tiveram contato com pessoas contaminadas pela COVID-19 ou com suspeita de infecção. Em caso positivo, o hotel deve comunicar o fato à Secretaria Municipal de Saúde, a quem cabe orientar sobre sobre as medidas de isolamento social.
A empresa também precisa disponibilizar aos clientes o material elaborado pelo município com informações sobre prevenção e tratamento da doença.