A histórica cidade de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, viu o número de casos de COVID-19 disparar nas últimas duas semanas. Do dia 15 para esta quinta-feira (28), os moradores do município viram os diagnósticos positivos para o novo coronavírus saltarem de 37 para 167, um aumento equivalente 351% em apenas 13 dias. Além disso, nesse período, o número de mortes passou de três para sete.
De acordo com a prefeitura, o aumento se deve à obrigatoriedade da realização de testes para que as mineradoras possam voltar a operar no município. Conforme o boletim divulgado diariamente pela administração municipal, 99 dos 167 casos foram feitos pelo setor privado.
No entanto, denúncias recebidas pelo Comitê Gestor da COVID-19 no último dia 20 apontam que havia pessoas contaminadas com o vírus trabalhando nas obras de reparação referentes à tragédia ambiental ocorrida em 2015 em Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo.
Um dia depois (21), a prefeitura confirmou que dois funcionários terceirizados da Fundação Renova tinham apresentado resultado positivo para o coronavírus. Diante do fato, a administração municipal decidiu paralisar as obras dos reassentamentos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo até o dia 31 de maio.
No entanto, o tempo para a tomada de decisão pode não ter sido suficiente. Isso porque, no dia 21, quando a prefeitura anunciou os dois casos de coronavírus entre os funcionários terceirizados, eram registrados 51 diagnósticos positivos para a doença e três mortes. De lá para cá, a cidade contabilizou mais 116 casos e quatro mortes.
A Fundação Renova é uma organização criada pela mineradora Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, para atuar na reparação dos danos causados pela tragédia ambiental de 2015.
Questionada pelo Estado de Minas, a Fundação Renova declarou que fará a testagem de 100% dos colaboradores que trabalham nas obras de Mariana e que a medida foi iniciada no último sábado (23). A organização ainda afirmou que está seguindo todas as obrigações do Plano Estratégico de Retomada Gradativa e Segura das Atividades Econômicas do município.
A Fundação Renova é uma organização criada pela mineradora Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, para atuar na reparação dos danos causados pela tragédia ambiental de 2015.
Questionada pelo Estado de Minas, a Fundação Renova declarou que fará a testagem de 100% dos colaboradores que trabalham nas obras de Mariana e que a medida foi iniciada no último sábado (23). A organização ainda afirmou que está seguindo todas as obrigações do Plano Estratégico de Retomada Gradativa e Segura das Atividades Econômicas do município.
Mais testes
A tendência é que o número aumente ainda mais, já que, nesta quinta, o prefeito da cidade, Duarte Júnior (Cidadania), anunciou que o município realizará testes para a doença nos funcionários das empresas que tiveram a volta das atividades aprovadas pelo Comitê Gestor do COVID-19.
O grupo já liberou 160 planos de empresas que poderão voltar ao funcionamento. Segundo o prefeito, o município começará a testagem para COVID-19 na próxima segunda-feira (1).
A testagem é considerada pelo gestor municipal como uma maneira de mapear os casos de COVID-19 em Mariana e, assim, isolar os eventuais pacientes contaminados que estejam trabalhando. Em vídeo gravado nesta terça, Duarte defendeu a abertura de parte do comércio: “Entendemos que dessa forma vamos valorizar o comércio local e trazer segurança aos funcionários dessas empresas”, disse.