A Secretaria de Estado de Saúde começa a orientar municípios a ampliarem o grupo prioritário a ser submetido a testes rápidos para detectar contato com o coronavírus. Pessoas economicamente ativas com idade entre 15 e 59 anos e portadoras de condições de risco para complicações da COVID-19 que apresentem diagnóstico de síndrome gripal com quadro respiratório agudo entram no radar do exame, informa nota publiárcada ontem no site do órgão, ao noticiar o envio de novos 8 mil kits para os 86 municípios que compõem a região ampliada de saúde do Norte de Minas a partir de hoje.
Leia Mais
Coronavírus: Minas amplia perfil de pacientes para teste e inclui pessoas com sintomas gripaisCoronavírus avança pelo interior de Minas e pressiona Vale do AçoCoronavírus: as limitações do ensino a distância em MinasTestes para coronavírus no Brasil não chegam a 10% da taxa dos EUALaboratório de Minas é o primeiro do Brasil a oferecer teste sorológico para a COVID-19Testagem para a COVID-19 é lenta em todo o estado; veja os númerosO secretário Carlos Eduardo Amaral vem afirmando que não é o momento de fazer a testagem em massa da população. “Teste é um problema mundial, ou seja, a falta dele. Hoje, não temos condições, pois não temos testes suficientes para todo mundo. Então, seguimos a recomendação do Ministério da Saúde sobre qual é o público prioritário a ser testado”, reafirmou ontem, em entrevista coletiva. Segundo ele, a testagem em massa poderia significar a falta do insumo num momento futuro, deixando os grupos prioritários sem diagnóstico, considerou.
De acordo com nota da SES, a Funed recebeu, até 13 de maio, 160.552 testes/reações para exames do tipo RT-PCR, metodologia padronizada pelo Ministério da Saúde para o diagnóstico laboratorial de COVID-19. A assessoria esclareceu que o número de testes/reações não tem uma correspondência direta com o de pessoas testadas. Na prática, cada três reações são utilizadas para fechar o diagnóstico de um paciente, uma vez que são testados três alvos do material genético do vírus. Sendo assim, até 26 de maio, foram feitos 20.967 exames, que correspondem, no mínimo, a 65.236 testes/reações processadas. Essa correlação entre o uso dos kits e os diagnósticos fechados foi citada ontem, em entrevista coletiva a distância, pelo secretário Carlos Eduardo Amaral.
Além dos exames RT-PCR, testes rápidos vêm sendo aplicados em grupos prioritários. Desde o início da pandemia, em março, aSES-MG recebeu do Ministério da Saúde, 783.960 testes rápidos, 551 mil deles na última leva. O número total de testes previstos para recebimento pelo estado é de 1 milhão. Os testes vêm do MS com o direcionamento para cada município.
Até abril, 28.540 testes rápidos da COVID-19 para os 86 municípios do Norte de Minas a região, em quatro remessas. Até terça-feira, foram confirmados 169 casos e 10 óbitos causados pela doença tendo outras 10 mortes em investigação nos 54 municípios da área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros. A pasta informou que o volume de testes distribuídos tem sido suficiente para o atendimento à demanda da região,
Na macrorregião Oeste de Saúde, a testagem ocorre em cerca de 20% dos pacientes notificados com suspeita de COVID-19. Nos 53 municípios que a compõem, a testagem ocorre apenas nos pacientes considerados integrantes do grupo prioritário. A Superintendência Regional de Saúde (SRS) ainda não dispõe de um índice de testagem na região. Até o momento, o estado distribuiu 12.860 testes rápidos – que representam investimento de R$ 434,2 mil – para os municípios da região, que conta com uma população de aproximadamente 1,2 milhão de habitantes.
Em Divinópolis, cidade polo do macrorregião, a média de testagem é de 17%, de acordo com dado confirmado na terça-feira pelo secretário municipal de Saúde, Amarildo de Sousa. Das 2.005 notificações registradas pelo município, segundo boletim mais recente da pasta, apenas 353 pacientes foram submetidos a testes. “Compramos mais 2 mil kits para ampliar, mas ainda não chegaram”, conta Sousa.
Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, como no restante do Estado, os testes de diagnóstico da COVID-19 também têm sido aplicados somente nos grupos pré-determinados pelo Ministério da Saúdes. A cidade é a terceira com mais casos de COVID-19 no estado, com 524 casos confirmados e 27 óbitos. Já boletim municipal informa que Juiz de Fora tem 4.390 casos suspeitos de coronavírus; 597 casos confirmados; 31 mortes e três óbitos em investigação. De acordo com a prefeitura, o município ampliou sua capacidade de testagem para 100 testes por dia, após parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), desde o dia 30 de abril.
De 10 remessas previstas de testes rápidos – que serão distribuídos aos 37 municípios da Regional de Juiz de Fora - duas já foram enviadas, um total de 300 caixas que equivalem a 6 mil testes destinados ao público-alvo.
O coordenador do Centro de Epidemiologia, Estatística e Pesquisas da Santa Casa de Juiz de Fora, infectologista Guilherme Côrtes ressalta que o ideal seria a testagem em toda a população, pois só assim teria uma fotografia da doença para saber como se dá a transmissão.
Com 105 casos de Covid-19, Pouso Alegre realizou exames em 59% das notificações. A cidade é a que fez mais exames no Sul de Minas e apresenta o maior número de confirmações para novo coronavírus. O número chegou a 105, segundo boletim local de quarta-feira, com três mortes em decorrência de complicações da doença. Pouso Alegre também é a cidade que mais realizou testes na regional, segundo dados da prefeitura. A taxa de exames em relação aos casos notificados com suspeitos é de 59%. Foram 1.127 exames das 1.915 notificações feitas pela secretaria municipal de Saúde. O que representa 0,8% dos 150 mil habitantes. Do total de exames realizados, 9% confirmaram a presença do vírus. A prefeitura de Pouso Alegre recebeu duas remessas de testes rápidos do governo do estado e adquiriu outros 2,5 mil para aplicar na população.
*Amanda Quintiliano, especial para o Estado de Minas