A prefeitura de Belo Horizonte decidiu não ampliar a reabertura do comércio. A decisão, tomada em conjunto com o Comitê de Enfrentamento da Epidemia da COVID-19 na capital mineira, foi anunciada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) na tarde desta sexta-feira.
"Nós não poderemos ampliar a flexibilização de Belo Horizonte. Não poderemos porque continuamos apegados, amarrados e conduzidos pela ciência. Temos dados absolutamente alarmantes em Minas Gerais", declarou Kalil.
Com isso, novos tipos de estabelecimento não serão liberados a abrir. Podem funcionar apenas os serviços considerados essenciais e os setores reabertos na última segunda-feira (25), que marcou o início da flexibilização do isolamento social na capital.
Na segunda-feira, voltaram a abrir salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas. Com o objetivo de diminuir aglomerações no transporte público, foram estabelecidos horários específicos de funcionamento para cada setor.
"Nós não poderemos ampliar a flexibilização de Belo Horizonte. Não poderemos porque continuamos apegados, amarrados e conduzidos pela ciência. Temos dados absolutamente alarmantes em Minas Gerais", declarou Kalil.
Com isso, novos tipos de estabelecimento não serão liberados a abrir. Podem funcionar apenas os serviços considerados essenciais e os setores reabertos na última segunda-feira (25), que marcou o início da flexibilização do isolamento social na capital.
Na segunda-feira, voltaram a abrir salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas. Com o objetivo de diminuir aglomerações no transporte público, foram estabelecidos horários específicos de funcionamento para cada setor.
Apesar de a prefeitura ter estabelecido medidas para diminuir os riscos de propagação do vírus durante o processo de reabertura do comércio, o que se viu nas ruas da capital foi uma grande movimentação de pessoas e o desrespeito ao distanciamento social.
Segundo boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), Belo Horizonte registrou 1.766 casos de coronavírus. Desses, 48 evoluíram para óbitos.
Integrante do Comitê de Enfrentamento da Epidemia da COVID-19, o infectologista Carlos Starling disse que que a expansão da COVID-19 na capital não tem relação com a reabertura da economia na segunda-feira.
"Tivemos aceleração pequena de um número de casos, mas não atribuímos à flexibilização. Não deu tempo. Esses casos são, provavelmente, de semanas anteriores. Isso não pressionou o sistema de saúde. Ele está preparado para receber (mais pacientes), mas temos de ser responsáveis para não deixar a epidemia pressionar a cidade e continuar evoluindo. Não dá para flexibilizar mais. Vamos continuar observando os dados e a partir daí, podemos dizer sobre a ocupação de leitos".
"Tivemos aceleração pequena de um número de casos, mas não atribuímos à flexibilização. Não deu tempo. Esses casos são, provavelmente, de semanas anteriores. Isso não pressionou o sistema de saúde. Ele está preparado para receber (mais pacientes), mas temos de ser responsáveis para não deixar a epidemia pressionar a cidade e continuar evoluindo. Não dá para flexibilizar mais. Vamos continuar observando os dados e a partir daí, podemos dizer sobre a ocupação de leitos".
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"Fiquei profundamente assustado com o que eu vi. Se Belo Horizonte fosse uma ilha, poderíamos flexibilizar à vontade. Mas não somos uma ilha. Quando você vê ônibus chegando de Curvelo como vimos na televisão, com doentes infectados, quando você vê que 56 doentes chegaram num dia em Belo Horizonte...", disse o prefeito.
O comitê é coordenado pelo secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, e conta com mais três membros: Estêvão Urbano (presidente da Sociedade Mineira de Infectologia), Carlos Starling (infectologista membro da Sociedade Brasileira de Infectologia) e Unaí Tupinambás (professor da Universidade Federal de Minas Gerais).
Jackson considera que é impossível analisar se a abertura da economia influenciou no "termômetro" da COVID-19 em BH, que apresentou dados mais preocupantes: "Não temos como dizer o impacto desses cinco dias de flexibilização que tivemos nos dados atuais. Por isso, decidimos esperar mais uma semana".
Fases do processo
O comitê de especialistas da prefeitura distingue os possíveis níveis de abertura do comércio em seis etapas. As quatro últimas se referem a cenários em que o estabelecimentos considerados não essenciais podem funcionar:
- Lockdown: nível máximo de fechamento, cogitado caso haja piora expressiva nos indicadores epidemiológicos de BH;
- Fase 0: cenário implementado em 18 de março e válido até o último domingo (24), em que apenas comércios essenciais podem funcionar;
- Fase 1: cenário implementado na última segunda-feira (25) e que permanece em vigor, com reabertura de alguns tipos de estabelecimento, como salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas;
- Fase 2: cenário com maior abertura que a Fase 1, com a reabertura de mais tipos de estabelecimento. Será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis;
- Fase 3: cenário com maior abertura que a Fase 2, com a reabertura de mais tipos de estabelecimento. Será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis;
- Fase 4: cenário com maior abertura que a Fase 3. Será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis, caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis. Indica reabertura máxima do comércio.