Centenas de mulheres aderiram às hashtags #ExposedBeloHorizonte e #ExposedBH para denunciar casos de abusos sexuais sofridos na capital mineira. De situações íntimas, os relatos se tornaram uma maneira de as vítimas superarem momentos de agressões que deixam cicatrizes. No entanto, há um debate sobre se as mulheres podem ou não expor as identidades dos abusadores nas redes sociais.
Leia Mais
Denúncias de violência contra a mulher caíram 23% em BH durante a pandemiaFórum de BH vai julgar seis casos de violência contra mulheres nesta semanaViolência contra mulher explode em Minas na semana dos 13 anos da Lei Maria da Penha#prazervagabunda abre debate para visões preconceituosas das mulheres na sociedadeBriga de trânsito entre PMs termina em morte em Esmeraldas
Os relatos apresentam situações de abuso na adolescência. Em muitos casos, quem faz o desabafo diz que nunca tinha falado da situação em outros momentos por medo de represália ou por vergonha. "Isso é algo que praticamente ninguém sabe. Consegui contar apenas para dois amigos, mas só depois de muito tempo."
Motivadas pelos relatos publicados, muitas meninas tiveram coragem de contar a própria história. Em muitos casos, os abusos foram cometidos por namorados ou amigos das jovens. Em muitos, os atos foram cometidos em momentos de lazer, nas 'resenhas', quando grupos de amigos se encontram na casa de alguém para conversar e beber.
Os relatos também mostram que, em alguns casos, as meninas são induziadas a tomarem bebidas alcoólicas e perdem totalmente a consciência. Em alguns casos relatados, era para ser um encontro com o namorado, mas se torna um momento de violência sexual, quando o homem força a barra para o sexo, mesmo depois de a menina dizer que não queria.
Em vídeo divulgado no Twitter, a advogada Caroline Carvalhais alerta para os riscos de quem faz esse relato no instagram nomes e fotos dos agressores.
Segundo a advogaga, também circulou no Whatsapp listas de nomes dos abusadores. Ela parabenizou quem teve coragem de relatar os abusos, mas alertou para eventuais processos. "A última coisa que as vítimas precisam é se tornarem criminosas. Quando você divulga um nome, uma foto e imputa um crime a esse nome, a essa pessoa, você está violando a honra dessa pessoa. Da mesma forma que toda pessoa, toda mulher, tenha direito à liberdade de expressão. Tem direito de relatar qualquer situação. Qualquer caso que ela viveu, toda pessoa tem direito constitucional à imagem", alertou Caroline Carvalhais.