Um estudo realizado por um grupo multidisciplinar de nove pesquisadores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) encontra uma direção interessante dentre tantas temáticas abordadas em relação ao coronavírus. Desta vez, os profissionais pretendem traçar a trajetória de materiais contaminados pela COVID-19, descobrindo o caminho que rejeitos, como luvas e máscaras, percorrem do momento em que são descartados no lixo doméstico até onde vão parar, em seu destino final, os aterros sanitários.
Os pesquisadores, que respondem por diferentes áreas do cohecimento (geotécnica, engenharia sanitária e ambiental, química e microbiologia), também observam as condições em que se encontram esses aterros.
O levantamento batizado A trajetória do material contaminado pelo COVID-19: da educação ambiental aos detalhes geotécnicos do aterro sanitário tem duas frentes de atuação, distintas, porém complementares. Em um primeiro momento, o intuito é analisar como os materiais contaminados são descartados nos lixos domésticos e, partindo desse ponto, os pesquisadores propõem a elaboração de materias educativos, como vídeos e cartilhas, para disponibilização através das mídias sociais, com foco em orientar a população.
O professor Chan Kou Wha, um dos coordenadores da pesquisa, informa que o estudo deve ser finalizado em outubro. "Esperamos que esse trabalho funcione como projeto piloto e que possa, em outro momento, ter continuidade. Nesse caso, se realmente houver interesse social, esperamos expandir o diálogo com outros setores, como órgãos municipais". Chan explica que a geotecnia oferece técnicas eficientes em obras de proteção ambiental. "Soluções como barreiras de fundo de áreas de disposição, sistema de barreiras com geossintéticos, drenagem de contaminantes, entre outras, já são empregadas com sucesso em diversas obras geotécnicas", diz.
O trabalho tem a participação de cinco estudantes - três bolsistas e dois voluntários. Os professores envolvidos são, além de Chan, Geraldo Damasceno (os dois do Departamento de Engenharia de Transportes), Lúcia Emília Ribeiro e Jeannette Lopes (ambas do Departamento de Química), todos do campus I, em Belo Horizonte.