Uma servidora do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está com suspeita de COVID-19. A mulher é diabética, uma das comorbidades de maior risco para a doença, e apresenta sintomas gripais desde sexta-feira (29).
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), responsável por gerenciar o sistema prisional de Minas Gerais, a mulher passará por um teste para detectar o novo coronavírus nesta quarta (3). Ela está afastada de suas atividades desde sexta.
Nenhum outro servidor ou detento apresenta sinais da enfermidade, de acordo com a Sejusp. A mulher, segundo fontes, é secretária da direção da Nelson Hungria.
O perigo gira em torno justamente na possibilidade de proliferação acelerada da doença em caso de resultado positivo da servidora, já que as prisões são ambientes fechados.
Outro fator que traz ainda mais risco é o fato de a Nelson Hungria estar superlotada. Uma das maiores prisões do estado, ela está interditada há quase um ano e só recebe detentos oriundos do sistema prisional federal, segundo fontes.
Outras medidas
Desde que a pandemia começou a avançar em Minas Gerais, a Sejusp adotou ações para frear uma possível proliferação da doença no sistema prisional.
Foram criadas 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que funcionam como centros de triagem e portas de entrada para novos custodiados do sistema prisional.
Dessa maneira, uma pessoa detida durante o período da pandemia fica por 15 dias (tempo de incubação do vírus) nessa unidade sentinela, sendo encaminhada ou não ao sistema prisional após esse intervalo de tempo.
Ainda no decorrer da pandemia, as visitas nos presídios foram suspensas, assim como a entrega de kits suplementares contendo alimentos.
As escalas de trabalho dos servidores também estão dilatadas para diminuir a circulação desses profissionais, que trabalham com equipamentos de proteção individual.
Ainda de acordo com a Sejusp, foram adquiridas 250 unidades de pulverizadores, 200 lavadoras de alta pressão, 2 mil botas e botinas, álcool em gel e líquido e mais de 22 mil caixas de luvas.