Jornal Estado de Minas

LÁ DA FAVELINHA

Projeto distribui 2 mil marmitas por dia e cria 75 empregos no Aglomerado da Serra, em BH

A solidariedade, em meio à pandemia do novo coronavírus, tem chegado diariamente a 2 mil famílias no Aglomerado da Serra. Por meio de parceria da associação de moradores do Cafezal com o projeto social Lá Da Favelinha e o Instituto Unibanco, marmitas são entregues a fim de amenizar este difícil momento. Pela campanha, também foram gerados 75 empregos para aqueles que perderam a sua fonte renda e doadas 6 mil cestas básicas para famílias carentes.




 
De acordo com o líder social Kdu dos Anjos, responsável pela ação, a ideia é levar comida para pessoas em situação de rua, dependência química, famílias carentes e idosos. Estão sendo entregues por dia cerca de 2 mil marmitas produzidas na associação de moradores e entregues por motoristas.

“Começamos com a intenção de fazer cerca de 50 marmitas por dia, que com a ajuda do Unibanco se transformaram em 2 mil. Foi tudo muito rápido, em uma semana já estávamos colocando o projeto em funcionamento”, conta Kdu.

As marmitas são produzidas por cozinheiras moradoras do aglomerado, que perderam a renda por causa da pandemia. Além delas, motoristas foram contratados para distribuir as marmitas. “Meu pai, por exemplo, é taxista e fiquei apreensivo vendo que ele estava fazendo as viagens em meio à pandemia, se colocando em risco, sabe? Então, criamos um mecanismo. Os motoristas de Uber e táxi aqui do aglomerado distribuem as marmitas, não se colocam tanto em risco e conseguem manter a renda”, afirma.





Os dançarinos do projeto Lá Da Favelinha também foram realocados. Os artistas agora auxiliam os motoristas na entrega das marmitas e, além de ajudar, conseguem manter a renda fixa. “Esses jovens vivem da dança. Muitos deles pagam a faculdade com esse dinheiro”, conta Kdu. Com a ideia, foram criados cerca de 75 novos empregos. 

 

As doações são entregues para as famílias mais carentes do aglomerado, que foram cadastrados pelo projeto. Moradores em situação de rua e dependentes químicos também são atendidos. “Todo mundo que está trabalhando no projeto mora na Serra. Ou seja, acaba já sabendo quem são as pessoas que precisam. Disponibilizamos o cadastro para as famílias carentes e, quando falamos de moradores em situação de rua, já sabemos onde eles ficam, assim como os dependentes químicos”, explica Kdu. 

Durante a pandemia, diversos cantores vem fazendo lives nas plataformas de vídeo a fim de recolher recursos para instituições de caridade. Com a live promovida pelo rapper Djonga, um dos principais rappers da cena cultural de Belo Horizonte, o Lá Da Favelinha conseguiu reformar a cozinha da associação de moradores do Cafezal. O dinheiro doado pelos fãs do rapper ajudou na organização do projeto e também foi destinado a instituições do Morro do Papagaio e Morro das Pedras. Além disso, o Lá Da Favelinha conseguiu apoiar projetos como o teatro Giramundo. 

Kdu se emociona ao falar sobre o projeto: “Com esses tempos, eu ando muito chorão… Eu era diferente. Quando eu fui fazer as entregas, fiquei muito emocionado vendo principalmente as crianças. São casas cheias de jovens e sem apoio. A comida é algo muito especial, o alimento é muito importante. Além de ser simbólico é representativo e é gratificante”.



A parceria com  Instituto Unibanco, ele diz, surgiu por meio das redes sociais. “O Aglomerado da Serra, por ser a maior comunidade de Minas, chama atenção. Eles nos viram nas redes e acabou sendo tudo muito rápido. E estamos vendo futuro na ação. Fomos bem elogiados sobre a prestação de contas”, conta.

Como ajudar

A ação vai terminar na próxima semana. Apesar disso, o projeto Lá Da Favelinha continua recebendo doações. Para doar, basta acessar o site evoe.cc/ladafavelinha ou fazer um deposito bancário. 

Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 2381
Operação: 003
Conta corrente: 3296-7
Titular: Carlos Eduardo Costa dos Anjos
CNPJ: 16.526.624/0001-87
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina

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