A capital mineira está no top-4 das densidades populacionais do Brasil, ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza, que já vivem caos no sistema de saúde. “Quando observamos os dados, vemos que há critérios nem tão objetivos para explicar o porquê de Belo Horizonte ter números positivos. A cidade tem adotado medidas coerentes de isolamento e vem dando assistência às pessoas que não têm estrutura básica para fazer higienização ou se alimentar. Essa combinação de fatores pode dar resultado final na quantidade de pessoas mortas pela doença. São Paulo, por exemplo, é uma cidade que sofre com outros fatores que com poluição, densidade população e por ser líder no ranking de voos internacionais, que aumentam a quantidade de casos”, afirma Tampieri.
Para o especialista, a transmissão do vírus pode ocorrer das pessoas de alta renda para as mais pobres, que teriam dificuldade a mais de tratamento: “Os casos de Belo Horizonte se concentram na região Centro-Sul, que tem população de vilas e favelas, mas também concentra pessoas de alta renda. Com essas medidas de abertura do comércio, esses casos da alta renda podem chegar às pessoas mais pobres. E sabemos que as condições de saneamentos não são iguais para todos. Nas favelas, as pessoas não têm acesso ao álcool em gel ou à água constante, que fazem toda diferença no combate à doença. É por isso que precisamos de nos preocupar com aqueles que têm menos condição de acessar o tratamento. Eles terão acesso apenas ao sistema do SUS, que não vai dar conta. E o isolamento é fundamental para proteger essas pessoas”.