Jornal Estado de Minas

FOGO DURANTE PANDEMIA

Risco às doenças respiratórias, incêndios florestais aumentam em Minas


Os incêndios florestais e em vegetação em Minas Gerais aumentaram nesta época do ano em relação à 2019. Em abril, o Corpo de Bombeiros Militar registrou um aumento de 26%, enquanto que em maio foi registrado um crescimento de 53% no número de queimadas. Em período de pandemia do novo coronavírus, as fumaças são ameaça para o agravamento da COVID-19 ou surgimento de novas doenças respiratórias.



Segundo dados dos bombeiros, o maio é historicamente o mês que sobe o número de ocorrências, o que está diretamente associado ao período de estiagem, que inicia, normalmente, no final de abril.

“O mês de maio geralmente ocorre mesmo incêndios florestais por causa do clima mais seco e a quantidade de ventos que aumenta”, explica a capitã Thaise Rodrigues Rocha, que afirma que 90% de todas as queimadas são responsabilidade do homem. 

Além dos prejuízos de flora, fauna e solo, as queimadas provocam sérios problemas respiratórios que podem sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde em Minas. “Esse momento de queimada traz uma preocupação muito grande com as questões respiratórias. Estamos vivendo esse momento de pandemia que coloca em risco a saúde”, disse Thaise.



Queimadas matam

A bombeira militar esclarece que é necessária a conscientização da população quanto à eliminação da mata com o fogo, que pode se alastrar e causar grandes prejuízos. “A vegetação está mais seca nesse período e para ter um descontrole desse fogo é muito fácil”, disse a capitã.

“A gente conta com a colaboração da população para entender o quanto afeta todos nós. Já estamos vivendo um momento complicado e que pode piorar”, conclui.

Ações de prevenção

Para ajudar na prevenção dos incêndios, o Corpo de Bombeiros trabalha em ações como: mapeamento nas unidades de conservação, visitas técnicas, conversas com líderes comunitários, georreferenciamento, monitoramento aéreo, entre outras intervenções.

Neste ano a corporação lançou a Operação Azimute, em que os especialistas que compõem o Pelotão de Combate a Incêndios Florestais (PCIF) – que integra o Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad) – traçam ações de mapeamento nas unidades de conservação da Região Metropolitana de Belo Horizonte.



Os trabalhos foram divididos em três fases. Na primeira fase os militares do PCIF realizam visitas técnicas aos parques para buscar informações relevantes quanto ao público, os recursos e as dificuldades que a unidade enfrenta em relação ao período de estiagem.
 
Após o levantamento inicial, é feita uma análise e um plano de trabalho específico para cada parque e as equipes vão a campo colher informações complementares como trilhas, pontos de captação de água, Zona de Pouso de Aeronaves e pontos de apoio para as equipes.

Finalizada esta etapa, os dados são reunidos na sala de monitoramento do Bemad e fica disponível as equipes florestais do PCIF e demais batalhões.

“Essa operação é realizada durante todo o ano. A gente coleta informações e distribui para todas as unidades no estado”, disse a bombeira. “A gente se preocupa muito com as regiões urbanas que são nossa primeira preocupação por ter vidas humanas, mas as queimadas em mata afeta todos nós”, finaliza a capitã Thaise.