Minas Gerais está apenas no início do aumento exponencial de casos de COVID-19 e não consegue “achatar” a curva de novos infectados pelo coronavírus, que se propaga sem reduzir a velocidade. O alerta foi feito pelo próprio governo mineiro, em edição especial do "Boletim Epidemiológico e Assistencial da COVID-19" publicada nesta quarta-feira.
O documento leva os nomes do governador Romeu Zema (Novo) e do secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Amaral. No boletim, a administração estadual faz projeções da quantidade de novos casos da doença e detecta que “não é observado redução da velocidade da pandemia” em relação a estimativas anteriores.
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A escalada de casos tem chamado atenção das autoridades sanitárias. Nesta quarta-feira, Carlos Eduardo Amaral demonstrou publicamente a preocupação com o aumento no R0 (taxa de disseminação do vírus) no estado, que está em 1,42. Ou seja, cada dez pessoas infectadas transmitem a doença para pelo menos outras 14. “O ideal é que (o R0) fique entre 1 e 1,2”, disse o secretário.
Pico
A projeção mais recente publicada no documento foi feita em 27 de maio e estima a quantidade de novos casos de COVID-19 para o dia em que o estado atingir o pico da pandemia. Se o parâmetro utilizado for o comportamento da curva do vírus em Minas Gerais, a previsão é que sejam 2.047 infectados. O número chega a 2.861 se a avaliação for feita com base na tendência do Brasil.
Interiorização
Além da chegada do vírus a mais municípios, preocupa também a velocidade de propagação da doença no interior. Nesta terça-feira, o Estado de Minas publicou que, em maio, o coronavírus se disseminou quase três vezes mais fora de BH do que na capital.
“Para além da evolução diária dos casos confirmados, é preciso também acompanhar o processo de ‘interiorização’ e ‘popularização’ da pandemia”, lê-se no documento, que tem, inclusive, uma comparação com São Paulo, estado brasileiro mais atingido pela doença.
“Acredita-se que ao alcançar o interior e os aglomerados o número de casos irá aumentar consideravelmente, assim como observado em São Paulo. A interiorização pode ser mensurada considerando o incremento de casos confirmados ou notificados nos municípios/microrregiões que não são polo de Micro/Macro ou de menor densidade populacional”, diz o boletim.